Casa da Música relembra legado de Jorge Peixinho e dá nova vida cultural ao Montijo

A cultura da cidade ganhará mais vida com a inauguração deste novo espaço, que apresenta já a partir da próxima semana uma vasta programação de música e teatro. Espólio deixado pelo maestro da terra será exposto num museu.
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"Um sonho antigo dos montijenses" está quase a tornar-se realidade, após mais de sete anos de espera: a Casa da Música Jorge Peixinho é finalmente inaugurada no dia 25 de abril, com um concerto gratuito do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa (GMCL).

Localizado "entre a zona antiga e a zona nova da cidade", este novo espaço cultural vem complementar a "necessidade de ter mais um espaço cultural na cidade", segundo o presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, além de homenagear a carreira do maestro montijense, contribuindo para a manutenção do seu património cultural e imaterial.

"Desde que o maestro [Jorge Peixinho] nos deixou o seu espólio, nunca houve um local onde pudéssemos dignificar as suas obras", diz Nuno Canta. Nesse sentido, "este projeto quer abrir portas ao futuro, à criatividade, ao conhecimento e à necessidade de poder fazer cultura e levá-la às pessoas". "E com essa cultura, transportar também valores e princípios, para que as pessoas possam refletir sobre a vida", frisou.

Contando com espaços destinados a espetáculos (no interior e exterior) e ao ensino na área da música, da representação e expressão artística, toda a obra de reabilitação do espaço, antes denominado Quinta das Nascentes, visa também a "preservação de todos os valores naturais do território", contando agora com o novo Jardim das Nascentes, adequado para práticas desportivas, culturais e atividades de ar livre.

Neste jardim encontram-se também "dois equipamentos infantis inovadores no país", instalados ao ar livre, com jogos que permitem "brincar" com a música através de qualquer smartphone, como por exemplo uma mesa de mistura que possibilita criar composições musicais através de playlists.

A Casa da Música tem ainda um auditório polivalente(construído em estilo black box) cuja programação estará a cargo da Companhia Mascarenhas-Martins, e um museu dedicado ao compositor montijense - concebido pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) - que conta com uma exposição com base em todo o seu espólio.

Entre o final do mês de abril e o início de julho, a programação da sala de espetáculos dará nesta primeira fase especial atenção à música, com concertos de Mão Verde (30 de abril, com entrada livre), Beatriz Pessoa (5 de maio) e Jasmim (16 de junho).

Quanto ao teatro, os jovens da região poderão assistir à nova criação do Teatro da Cidade, Orpheus (1 e 3 de junho) - que está inserido nas comemorações do Dia Mundial da Criança - e à peça História de Babar, O Pequeno Elefante (11 de junho). Os bilhetes variam entre os seis e os 10 euros.

A Casa da Música conta com um investimento de 80 mil euros da Câmara Municipal do Montijo e 180 mil da Direção-Geral das Artes (DGARTES) para a programação relativa a 2023, prestação de serviços e uma equipa fixa de oito profissionais, de acordo com Levi Martins, Diretor da Companhia Mascatenhas-Martins.

Com o objetivo de homenagear "o compositor mais importante da segunda metade do século XX em Portugal", introdutor de muita da linguagem musical que hoje temos", Luís Jorge Gonçalves, professor da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e responsável pelo espaço museológico, deixa o convite para que "cada pessoa entre e conheça quem foi Jorge Peixinho", mediante os vários documentos que vão estar expostos na Casa da Música Jorge Peixinho, no Montijo, a partir das 11h00, no dia em que se celebram 49 anos da Revolução dos Cravos.

ines.dias@dn.pt

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