Ao jogo um, alerta vermelho na Luz

Benfica falha <em>play-</em><em>off</em> da Champions após ser batido em Salónica (1-2) pelo PAOK de Abel Ferreira. Pólvora seca e defesa de papel deixam estrutura fragilizada para uma época de alto investimento e eleições no próximo mês
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Uma boa meia hora antes do intervalo deu ao Benfica mais do que suficientes oportunidades de golo para evitar entrar em alerta vermelho ao jogo um da época 2020/21. Não marcou nenhuma, entrou dormente na segunda parte, sofreu dois golos, perdeu-se em campo, reduziu derrotado a acabar e segue para a Liga Europa.

Um autogolo de Vertonghen, um segundo golo (a certidão de "adeus à Champions") por Zivkovic, jogador que ainda na semana passada trabalhava na Luz e se transferiu para Salónica. E Rafa a reduzir nos segundos finais, com a eliminatória perdida.

O Benfica arranca o campeonato na sexta-feira em Famalicão sem sequer ir ao play-off da Liga dos Campeões, lugar conquistado pela equipa de Abel Ferreira - defronta o Krasnodar em dois jogos nas duas próximas semanas.

O problema é que na segunda competição da UEFA não há receitas, nem exposição que sustentem o investimento de mais de 80 milhões de euros em reforços, nem tampouco deem munições para o outubro vermelho que a estrutura de Luís Filipe Vieira enfrentará nas eleições.

Se a chegada à fase de grupos da competição de elite renderia à volta de 50 milhões de euros (mais "ativos" - leia-se: jogadores para vender a preços de topo), a vitória na Liga Europa, a acontecer, o que nunca aconteceu ao clube da Luz, poderá render metade desse valor.

O adeus à Champions deixa Jorge Jesus e Vieira em brasa. O treinador porque a equipa falhou no ataque com tantas soluções que meteu três avançados (Darwin, Vinicius e Rafa) e deixou Waldschmidt sem minutos, mas também porque a inconsistência defensiva voltou a ressaltar como faceta já batida. Linha de fora de jogo insegura, ligações entre laterais e centrais muito frágeis, cobertura defensiva do meio campo exposta.

O presidente porque enfrenta eleições em outubro e está sob fogo da oposição e rivais pelo envolvimento em processos judiciais, além das polémicas entradas na Comissão de Honra dos ilustres adeptos António Costa (primeiro-ministro) e Fernando Medina (presidente da Câmara de Lisboa).

E uma derrota logo no primeiro jogo oficial da temporada fecha a torneira que poderia dar alguma lógica a um investimento muito alto. No futebol, as contas fazem-se no fim. O fim da Champions (que ainda passava por um play-off a duas mãos, recorde-se) dá muito mau ar a este arranque do Benfica. Ao jogo um, alerta vermelho na Luz.

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