Uma explosão, 700 golos, a queda do OE e os recuos de Liz

Sábado

Explosão em ponte: teorias da conspiração e chuva de mísseis

Sabotagem, ato de "terrorismo", explosão acidental? As teorias sobre o que aconteceu na ponte que desde 2018 liga a Rússia à península da Crimeia, anexada quatro anos antes, não faltam. Mas o facto é que houve mesmo uma explosão e que a ponte sofreu danos que impediram o trânsito durante pelo menos algumas horas. Putin veio acusar Kiev de estar por detrás do ataque, Zelensky ironizou, mas não reivindicou. Seja qual for o responsável, a verdade é que um ataque contra esta ponte de 19 km, que atravessa o estreito de Kerch e custou 3,1 mil milhões de euros, inaugurada com pompa pelo próprio Putin, foi um rude golpe para a imagem de Moscovo e um belo efeito de propaganda para Kiev. A retaliação é que não tardou e várias cidades ucranianas, incluindo Kiev, acordaram sob uma barragem de mísseis russos. Mais uma escalada numa guerra que parece bem longe do fim.

Domingo

Ronaldo, 37 anos, 700 golos ao serviço de clubes

Cinco pelo Sporting, 450 pelo Real Madrid, 101 na Juventus e 144 pelo Manchester United. Somados, estes são os 700 golos que Cristiano Ronaldo marcou na sua carreira, apenas ao serviço dos clubes pelos quais foi passando. O 700.º golo surgiu num jogo em que começou no banco, mas entrou ao fim de meia hora, para 14 minutos depois fazer o segundo do United, que lhe garantiu a vitória frente ao Everton. Aos 37 anos, e quando muito se especula sobre qual será o seu próximo passo, Ronaldo, ele próprio, disse no mês passado querer jogar não só o Mundial do Qatar, já no mês que vem, mas também o Euro 2024 na Alemanha. "Foi um caminho longo, mas aproveito para dizer que o caminho ainda não acabou. Ainda vão levar um bocadinho mais de carga do Cris", garantiu na gala Quinas de Ouro. Venham mais golos.

Segunda

O Orçamento chegou a horas, mas caiu ao chão

Este ano não foi preciso esperar até ao último minuto. O Orçamento do Estado para 2023 foi entregue na Assembleia da República a tempo e horas pelo ministro das Finanças, Fernando Medina. Mas o incidente do dia aconteceu quando a pen que continha o documento caiu ao chão enquanto o ministro posava para aos repórteres fotográficos. Mau presságio, dirão alguns. Para Medina esta é uma proposta "de estabilidade, porque promove a melhoria dos rendimentos". Para a oposição é "insuficiente", "irrealista" ou mesmo "mau". Agora segue-se o debate e alguns inevitáveis ajustes, apesar da maioria absoluta do PS, que lhe garante a aprovação da proposta. Para já, o FMI traçou um cenário bem mais negro do que o governo: mais défice, mais inflação, mais desemprego e muito menos crescimento em 2023.

Terça

Angela Lansbury, a atriz que não voltou a Crime, Disse Ela

Em 2017, Angela Lansbury admitiu ter o desejo de interpretar Jessica Fletcher, a protagonista de Crime, Disse Ela, "só mais uma vez". Não aconteceu. A atriz britânica morreu aos 96 anos, a dias de completar os 97. Vencedora de cinco Tony Awards pelos papéis nos musicais Mame, Dear World, Gypsy e Sweeney Todd, foi também recordista de nomeações aos Globos de Ouro e aos Emmys. Aos Óscares foi candidata três vezes, e em 2013 recebeu um prémio honorário. Nascida em Londres a 16 de outubro de 1925, filha de um político que foi líder do Partido Trabalhista nos anos 30 e de uma atriz irlandesa, em 1940 emigra com a mãe, já viúva, para os EUA. Depois de estudar representação em Nova Iorque, aos 17 anos o papel no thriller Gaslight rendeu-lhe a primeira nomeação ao Óscar e um contrato com a MGM. Estava lançada uma carreira que duraria mais de sete décadas.

Quarta

Os peregrinos, os abusos e as palavras de Marcelo

Nas estradas que vão dar ao Santuário de Fátima a sensação é de que foram menos os fiéis que decidiram juntar-se à última peregrinação do ano. Mas poucos estabelecem relação entre os números e o momento controverso que a Igreja Católica vive por causa das acusações de abusos sexuais na instituição. O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, negou ter havido "encobrimentos" de abusos sexuais de menores, em reação à notícia do Público de que estaria a ser investigado num segundo caso de alegado encobrimento relacionado com um padre de Fafe. Quanto à declaração de Marcelo Rebelo de Sousa de que as mais de 400 denúncias já feitas à Comissão Independente não lhe parecem um número "particularmente elevado", José Ornelas limitou-se a dizer que "qualquer número é demasiado". Palavras de Marcelo que no dia seguinte geraram um pedido de desculpas do Presidente.

Quinta

O alerta de Merkel na Gulbenkian para a crise climática

O Prémio Gulbenkian para a Humanidade foi atribuído ex aequo a duas organizações intergovernamentais que promovem o conhecimento científico sobre as alterações climáticas e biodiversidade e a noite foi de alertas para os perigos da crise climática. Primeiro, deixados por Angela Merkel, a ex-chanceler alemã que presidiu ao júri da edição deste ano. "Não são perigos abstratos, são reais. Estamos a vivê-los cada vez mais, com fortes chuvas, incêndios avassaladores", lembrou. Preocupações de que Marcelo Rebelo de Sousa fez eco ao afirmar que, perante a covid e a guerra na Ucrânia, pode "parecer irónico" a Gulbenkian premiar instituições que lutam contra as alterações climáticas, "mas não é. Não há paz e segurança global duradouras senão numa geopolítica em que a prioridade das alterações climáticas e a proteção da biodiversidade representem o grande desafio das nossas gerações".

Sexta

Kwarteng, a última vítima dos avanços e recuos de Liz Truss

Três semanas depois de ser nomeado ministro das Finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng foi demitido. Esta foi a solução encontrada pela primeira-ministra, Liz Truss, antes de anunciar um novo recuo na promessa de cortar nos impostos com que conquistou a liderança do Partido Conservador e, logo, a chefia do Executivo, após a saída de Boris Johnson. Numa conferência de imprensa Truss justificou-se com a necessidade de "garantir a estabilidade económica" do país. E anunciou o esperado recuo no seu mini-orçamento, mantendo a subida dos impostos às empresas, depois de já ter tido de reverter a eliminação do imposto de 45% para os mais ricos na esperança de acalmar os mercados. Ao fim de 38 dias no cargo, a primeira-ministra tem um novo ministro das Finanças (Jeremy Hunt), mas continuam as apostas sobre quanto tempo resistirá.

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