Aos muitos que gostam de criticar tudo e todos, que se limitam a carpir as mágoas do desinvestimento que o Serviço Nacional de Saúde sofreu nos anos da troika, perguntem aos doentes dos muitos centros de saúde que nos últimos dois anos foram finalmente construídos e inaugurados, num esforço de investimento, se não estão melhor. É que há perceções e realidades. Perguntem, por exemplo, aos mais de dez mil cidadãos, utentes do novo Centro de Saúde de Barcarena inaugurado no passado 25 de Abril, que antes utilizavam um centro de saúde improvisado num antigo quartel de bombeiros sem condições de conforto para os doentes e sem dignidade para quem nele trabalhava, muitos deles idosos e sem condições de acesso mínimas, e que agora beneficiam de um centro moderno com valências de medicina geral e familiar, vacinação, tratamentos, sala de inaloterapia, se não estão hoje melhor. O projeto feito e aprovado há vários anos, repetidamente adiado, foi feito e inaugurado neste ano, no simbólico Dia da Liberdade e de todos os direitos. Estamos todos preocupados com a forma como tomamos conta uns dos outros. A medicina, no passado, no presente e no futuro, distingue-se pela sua absoluta e radical humanidade. De tal modo, que não será possível falar de competência técnica sem falar de humanismo, de respeito pela dignidade do ser humano, face ao homem concreto que temos diante de nós e os seus familiares e amigos. Concentremo-nos, na reflexão sobre as mudanças que, legitimamente, podemos esperar. O Serviço Nacional de Saúde tem uma estrutura identitária e também por isso é preciso resolver a multimorbilidade existente, são vários e cada vez mais os problemas a resolver no setor da saúde. Não estamos disponíveis para colocar o SNS no mercado. Os recursos neste setor são finitos e a procura e a despesa crescentes, fruto da demografia e epidemiologia, as reformas e políticas têm sempre impacto a médio e longo curso. As legítimas e em parte justas reivindicações dos profissionais não podem pôr em causa a sustentabilidade do setor. Foram reforçados e continuarão a ser o número de profissionais, bem como a esmagadora maioria dos indicadores de produção, mais consultas, mais cirurgias, mais acesso, maior inovação terapêutica. A despesa pública em saúde cresceu mais do que a despesa privada e o crescimento da despesa das famílias passou de 3,6% para 1,1%. Segundo dados oficiais constantes no Portal do SNS, na área da transparência podemos aceder ao retrato da saúde em Portugal em 2018. Os dados são favoráveis, nalguns casos muito, falar num SNS pior é uma falácia, ainda que encontrar casos mediatizantes que vão pontuando aqui e ali o espaço público, não encontram paralelo no rigor e transparência dos números. As expectativas são legítimas mas a aderência à realidade diz-nos que muitos dos problemas são de matriz estrutural, que implicam reformas sérias que promovem a eficiência, a qualidade, a segurança na premissa máxima do superior interesse público. O tema da saúde, por questões óbvias da condição humana, desperta sempre discursos ou abordagens mais ou menos emotivas que não se coadunam com soluções que a razão preconiza, salvaguardando o legado histórico do SNS e os pilares fundacionais e honra constitucional, urge dotá-lo das novas exigências sociais e económicas sem questionar os princípios que fazem as mais isentas e insuspeitas instâncias internacionais considerá-lo um dos melhores sistemas do mundo. É que há perceções e realidades. Deputada do PS
Aos muitos que gostam de criticar tudo e todos, que se limitam a carpir as mágoas do desinvestimento que o Serviço Nacional de Saúde sofreu nos anos da troika, perguntem aos doentes dos muitos centros de saúde que nos últimos dois anos foram finalmente construídos e inaugurados, num esforço de investimento, se não estão melhor. É que há perceções e realidades. Perguntem, por exemplo, aos mais de dez mil cidadãos, utentes do novo Centro de Saúde de Barcarena inaugurado no passado 25 de Abril, que antes utilizavam um centro de saúde improvisado num antigo quartel de bombeiros sem condições de conforto para os doentes e sem dignidade para quem nele trabalhava, muitos deles idosos e sem condições de acesso mínimas, e que agora beneficiam de um centro moderno com valências de medicina geral e familiar, vacinação, tratamentos, sala de inaloterapia, se não estão hoje melhor. O projeto feito e aprovado há vários anos, repetidamente adiado, foi feito e inaugurado neste ano, no simbólico Dia da Liberdade e de todos os direitos. Estamos todos preocupados com a forma como tomamos conta uns dos outros. A medicina, no passado, no presente e no futuro, distingue-se pela sua absoluta e radical humanidade. De tal modo, que não será possível falar de competência técnica sem falar de humanismo, de respeito pela dignidade do ser humano, face ao homem concreto que temos diante de nós e os seus familiares e amigos. Concentremo-nos, na reflexão sobre as mudanças que, legitimamente, podemos esperar. O Serviço Nacional de Saúde tem uma estrutura identitária e também por isso é preciso resolver a multimorbilidade existente, são vários e cada vez mais os problemas a resolver no setor da saúde. Não estamos disponíveis para colocar o SNS no mercado. Os recursos neste setor são finitos e a procura e a despesa crescentes, fruto da demografia e epidemiologia, as reformas e políticas têm sempre impacto a médio e longo curso. As legítimas e em parte justas reivindicações dos profissionais não podem pôr em causa a sustentabilidade do setor. Foram reforçados e continuarão a ser o número de profissionais, bem como a esmagadora maioria dos indicadores de produção, mais consultas, mais cirurgias, mais acesso, maior inovação terapêutica. A despesa pública em saúde cresceu mais do que a despesa privada e o crescimento da despesa das famílias passou de 3,6% para 1,1%. Segundo dados oficiais constantes no Portal do SNS, na área da transparência podemos aceder ao retrato da saúde em Portugal em 2018. Os dados são favoráveis, nalguns casos muito, falar num SNS pior é uma falácia, ainda que encontrar casos mediatizantes que vão pontuando aqui e ali o espaço público, não encontram paralelo no rigor e transparência dos números. As expectativas são legítimas mas a aderência à realidade diz-nos que muitos dos problemas são de matriz estrutural, que implicam reformas sérias que promovem a eficiência, a qualidade, a segurança na premissa máxima do superior interesse público. O tema da saúde, por questões óbvias da condição humana, desperta sempre discursos ou abordagens mais ou menos emotivas que não se coadunam com soluções que a razão preconiza, salvaguardando o legado histórico do SNS e os pilares fundacionais e honra constitucional, urge dotá-lo das novas exigências sociais e económicas sem questionar os princípios que fazem as mais isentas e insuspeitas instâncias internacionais considerá-lo um dos melhores sistemas do mundo. É que há perceções e realidades. Deputada do PS