As lágrimas de um campeonato. E uma palavra que deixou o país em alvoroço

SÁBADO
Um treinador em lágrimas e a pensar na dobradinha

Sérgio Conceição "combinou" com os adeptos voltarem aos festejos após a Taça de Portugal.
© MANUEL FERNANDO ARAUJO/LUSA
Dois centímetros e um herói inesperado confirmaram o 30.º campeonato nacional de futebol para o FC Porto. É verdade que a equipa treinada por Sérgio Conceição tinha praticamente tudo a favor para conquistar o terceiro título em cinco anos sob a liderança de Conceição - bastava empatar no Estádio da Luz frente ao Benfica -, mas um golo anulado aos anfitriões por um fora de jogo de Darwin por 2 centímetros (que na primeira volta também tinha tido um lance anulado por.. 4 centímetros) e um golo que valeu, da autoria de Zaidu, iniciaram os festejos logo em Lisboa. A emoção foi tanta que Sérgio Conceição chorou quando viu a multidão que esperava a equipa no Porto. E entre lágrimas e voz embargada prometeu nova festa no dia 22, após a final da Taça de Portugal que a equipa vai disputar com o Tondela.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
DOMINGO
Zelensky pede aos países do G7 mais sanções à Rússia

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky continua a pedir um aumento de sanções à Rússia.
© EPA/SERGEY DOLZHENKO
O presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, mantém a pressão contra a Rússia em todos os fóruns onde marca presença. Desta vez foi na reunião do G7 (os países mais industrializados do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, com a União Europeia também representada). Neste encontro, onde participou por videoconferência, Zelensky voltou a pedir "sanções severas" contra a Rússia - invadiu o território ucraniano a 24 de fevereiro - até que esta "ponha fim à guerra". A verdade é que estes pedidos, repetidos em vários parlamentos e outras ocasiões onde interveio, até ao momento não têm produzido o efeito desejado...
SEGUNDA-FEIRA
Um mundo dividido: desfile militar em Moscovo, união em Estrasburgo

A Rússia assinalou o Dia da Vitória sobre os nazis na II Grande Guerra com a tradicional parada militar.
© EPA/YURI KOCHETKOV
Este foi um dia marcado por dois tipos de discursos antagónicos: em Moscovo celebrou-se o Dia da Vitória - da Rússia contra a Alemanha nazi na II Guerra Mundial -,falou-se de guerra contra nazis (na Ucrânia) e assistiu-se a um desfile militar com 11 mil soldados, 131 equipas militares e 77 aviões e helicópteros. Já em Estrasburgo assinalou-se o Dia da Europa com discurso onde o foco incidiu numa União Europeia mais unida e com uma democracia que "falará mais alto do que as bombas de Putin", frisou a vice-presidente da Comissão Europeia, Dubravka Suica. Ao que a presidente da CE acrescentou: "Devemos refletir, pensar e planear uma Europa unida, rejeitando a fadiga daqueles que deixam sempre para amanhã".
Foi assim um dia que fica na História como aquele em que duas visões do mundo ficam bem separadas.
TERÇA-FEIRA
Refugiados. Buscas em Setúbal são mais um passo na polémica

A decisão da Câmara de Setúbal de envolver dois naturais da Rússia a receber refugiados ucranianos continua envolta em polémica.
© Carlos Santos / Global Imagens
A participação da Associação dos Emigrantes de Leste (Edinstvo) na receção a refugiados vindos da Ucrânia continuou a marcar a agenda mediática e política. Depois das questões levantadas sobre a forma como os responsáveis da associação sediada em Setúbal faziam esse acolhimento, a Polícia Judiciária fez buscas na câmara sadina, na sua linha de apoio a refugiados e na entidade liderada pelo russo Igor Khashin, inseridas numa investigação ao acesso indevido e desvio de dados, segundo explicou a PJ. No lado político aumentou a pressão para a demissão dos vereadores do PSD e do PS de forma a fazer cair o executivo. Mas, por enquanto, e com o presidente da autarquia calado, tudo continua igual.
QUARTA-FEIRA
Metadados. A palavra que deixou o país em alvoroço

O primeiro-ministro foi um dos políticos que admitiu a necessidade de uma mudança na Constituição por causa do acórdão do TC sobre os metadados.
© EPA/JOSE SENA GOULAO
Uma manchete do Diário de Notícias colocou o país judicial e político em polvorosa: uma decisão do Tribunal Constitucional a obrigar as operadoras de telecomunicações a destruírem os metadados das comunicações, considerando que guardar esses dados por um ano era ilegal, provocou uma hecatombe de declarações de intenções e de alertas por parte das polícias, que com esta decisão ficam sem acesso a uma importante ferramenta de investigação. Com milhares de processos em perigo, a que se juntam decisões de julgamentos que podem ser recorridas, começou-se a falar em revisão constitucional. E o primeiro-ministro António Costa foi uma dessas vozes, ao dizer numa visita a Vila Real que admitia uma "revisão constitucional cirúrgica" para evitar o descalabro judicial que se anuncia.
QUINTA-FEIRA
Milhares de velas e peregrinos regressam ao Santuário de Fátima

Após dois anos de restrições, o Santuário de Fátima voltou a receber milhares de peregrinos.
© Leonardo Negrão/Global Imagens
Milhares de velas iluminaram a noite no Santuário de Fátima no regresso sem restrições à peregrinação de 12 e 13 de Maio - o 13 de Maio de 1917 foi o primeiro dia em que Lúcia, Francisco e Jacinta afirmaram ter visto "uma senhora mais brilhante que o Sol" sobre uma azinheira na Cova da Iria. Depois de dois anos em que as restrições devido à pandemia provocada pelo SARS-Cov-2 não deixaram que a data fosse assinalada, este ano o Santuário voltou a encher-se de crentes. No plano internacional, o dia fica marcado pela anúncio da Finlândia em querer aderir à NATO. O que fez surgir de imediato ameaças da Federação Russa contra os finlandeses e os membros da Aliança Atlântica.
SEXTA-FEIRA
O gestor de fortunas que acabou preso na África do Sul

João Rendeiro estava detido na África do Sul a aguardar decisão sobre uma eventual extradição para Portugal.
© LUÍS MIGUEL FONSECA/LUSA
Durante muitos anos foi uma das figuras da banca nacional, fundou um banco (o Banco Privado Português em 1996), geriu fortunas, colecionou arte e tudo parecia correr às mil maravilhas para João Rendeiro até que em 2008 o BPP começou a entrar em rotura, acabando por falir em 2010. Desde aí a vida de sonho transformou-se em pesadelo: pedidos de indemnizações, julgamentos e condenações. A única que transitou em julgado teve como pena cinco anos e oito meses de prisão efetiva. Recusando ser preso, fugiu do país e andou por vários locais até ser detido na África do Sul, onde aguardava o julgamento para uma eventual extradição. Recusando sempre regressar a Portugal, Rendeiro acabou por ser encontrado morto na cela. Terminou assim a história de um homem que foi poderoso e acabou sozinho na África do Sul.