Exclusivo Casa Havaneza. A tabacaria dos clássicos da literatura e não só
Fundada em 1864, é uma das mais antigas lojas de charutos do mundo. Foi poiso de intelectuais de Lisboa e tem destaque nas páginas de alguns clássicos da literatura portuguesa. No Chiado, continua, estoicamente, a ver passar a vida do centro da cidade.

Pedro Ramos Rocha, diretor-geral da Empor, empresa que gera as Casas Havanezas (Chiado, Colombo, Amoreiras e Porto).
© Natacha Cardoso/Global Imagens
Há, certamente, poucas lojas de portas abertas em Lisboa que viram o seu nome imortalizado em alguns clássicos da literatura portuguesa. A Casa Havaneza do Chiado é uma delas. É referenciada em Os Maias, onde, a páginas tantas se pode ler: "A uma esquina, vadios em farrapos fumavam, e na esquina defronte, na Havaneza, fumavam também outros vadios, de sobrecasaca, politicando." Mas Eça de Queiroz voltou ao local em O Crime do Padre Amaro ou n'A Correspondência de Fradique Mendes. Mas também Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro e, no final do século passado, José Cardoso Pires, que referenciou a tabacaria em Lisboa, Livro de Bordo.
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A Casa Havaneza está no Largo do Chiado desde 1864, no mesmo ano que nasceu o Diário de Notícias, com o qual partilhou a inteligência da cidade nessa altura. Foi fundada por Henrique Burnay mas há documentos - anúncios da época - que indicam que talvez tenha sido ainda antes, em 1861, que a tabacaria foi criada pelos negociantes de tabaco François Caen e Charles Vanderin, belgas de Antuérpia.