1973. "Definitivamente imortal, Picasso morreu"
A morte do pintor Pablo Picasso, aos 91 anos, teve destaque de primeira página no DN de 9 de abril de 1973, também uma segunda-feira. Indicava que o artista morreu às 11.40 de domingo em França, na sua casa de Mougins, na Provence-Alpes-Côte d'Azur, devido a um edema pulmonar.
O jornalista sublinhava que confirmavam-se os rumores das últimas semanas em como o estado de saúde do pintor se tinha agravado, na sequência de uma gripe contraída em dezembro. Em janeiro, chegou a estar internado no hospital americano de Neuilly, em Paris. Morreu quatro meses depois, o corpo esteve em câmara-ardente na igreja de Mougins.
O texto descreve o percurso do pintor, nascido a 25 de outubro de 1881, em Málaga, Espanha, referindo que estudou Belas-Artes mas abandonou a escola aos 18 anos por se ter tornado "um fenómeno". Foi para França, país que dividiu com Espanha a sua vida, e onde foi um dos fundadores do movimento cubista.
Acrescenta o DN: "De então para cá, embora a política lhe fosse grata, Picasso consagrou-se inteiramente à arte e o amor."
O jornalista descrevia Picasso como um homem de baixa estatura, que fora entroncado, que "amava a sua boina basca". E utilizava vários adjetivos para o caracterizar: "Quezilento, caprichoso, contraditório, discutido, admirado, imitado e alvo de troça, que do seu nome próprio fez um adjetivo e um substantivo comum."