Galvão, Santa Maria e Angola
"Os atos de terrorismo registados em Angola fazem parte do plano subversivo do movimento dirigido por Galvão - confessa o chefe do bando que assaltou o Santa Maria", podia ler-se na primeira página do DN de 7 de fevereiro de 1961.
Em causa estavam os ataques às prisões e esquadra policial em Luanda, um dos primeiros momentos da luta de libertação nacional em Angola. Henrique Galvão, o militar português que tinha desviado em janeiro o Santa Maria e planeava levá-lo para Angola onde lançaria uma revolta contra o regime salazarista, comentava o acontecido no Brasil, onde obteve asilo político depois de obrigado a deixar o navio sequestrado, que fez rota em direção a Lisboa.
A guerra em Angola começará pouco depois, violenta de parte a parte. A independência chegará em 1975.
Já Galvão morrerá em 1970 exilado no Brasil. Não assistiu, pois, ao fim do fascismo em Portugal.