Alojamento de curta duração cresceu mais de 25 vezes na última década
Em 2008, nasceram em Portugal 40 empresas para atuar na área do alojamento de curta duração. Uma década depois, esse número disparou para 1083 empresas, um aumento de mais de 2700% ou superior a 25 vezes. Os dados são da Informa D&B, que dá conta de que este crescimento foi "especialmente notório" na segunda metade da década, já que, em 2013, haviam sido criadas apenas 150 empresas neste subsetor. Mais importante, ainda, é que os dados do primeiro trimestre de 2019 "mostram já uma quebra de 15% face ao ano anterior", pode ler-se no estudo a que o DN/Dinheiro Vivo teve acesso.
Segundo a consultora, alojamento e restauração é um dos setores que revelam "maior vitalidade", registando o "maior crescimento percentual" de nascimento de novas empresas na última década. Em causa está o aumento de 67% na criação de novas empresas neste setor, que passou dos 3105 nascimentos em 2008 para os 5183 em 2018. Números que comparam com os 28% de crescimento registados no mesmo período pelo tecido empresarial como um todo. Destaca a Informa D&B que estes dados se referem, apenas, a sociedades e não incluem os empresários em nome individual.
Na análise por subsetores, é a restauração aquele que regista, ao longo da década, o maior número de novas empresas criadas, que passou de 1651 constituições em 2008 para 2446 dez anos depois, um aumento de 48%. Em termos percentuais, o crescimento mais significativo dá-se no alojamento de curta duração, com os já referidos 2700%. Cafés e pastelarias são o subsetor que regista o crescimento mais moderado, de apenas 13%, com 782 novas empresas criadas em 2018 e que compara com as 689 de 2008.
Significativa é, também, a performance de hotelaria e turismo rural, com um acréscimo de 39% nas novas constituições: 549 em 2018. E nem todos os subsetores cresceram. Na verdade, o número de novas empresas criadas no segmento das bebidas diminuiu, passando de 424 novas constituições em 2008 para 323 em 2018. "O rácio entre nascimentos e encerramentos é, também, bastante diferente conforme o subsetor", destaca a Informa D&B. Sem surpresa, alojamento de curta duração tem o rácio mais elevado: 11,2. Seguem-se hotelaria e turismo rural, com 3,6 empresas a nascer por cada uma que encerra, seguido da restauração, com 2,3. Cafés e pastelarias e bebidas têm rácios similares, de 1,4 e 1,3 respetivamente. Globalmente, a média do setor é de 2,4 novas empresas por cada uma que fecha, "semelhante à totalidade do tecido empresarial".
Em contrapartida, quando fecham, as empresas do setor fazem-no com uma idade média de 11,2 anos, "ligeiramente mais baixa" que a média dos encerramentos do tecido empresarial nacional, que é de 13,2 anos, refere, ainda, o estudo que analisa, também, a evolução das insolvências. Tal como na generalidade dos setores, também no alojamento e restauração se registou um crescimento significativo de insolvências até 2013: passaram de 52 falências em 2008 para 457 em 2013. Depois disso "iniciaram um ciclo de descida que se mantém até hoje", sublinha a consultora.