Exclusivo O português é neto do latim e filho do galego
A língua portuguesa nasceu da junção de múltiplas influências - dos celtas aos árabes, passando pelos germânicos. No seu último livro, o linguista Fernando Venâncio vai mais longe ao pôr o português a descender diretamente do galego e não do latim.

Pergaminho Vindel (Pierpont Morgan Library, New York, Vindel MS M979). É um texto copiado no final do século XIII ou começo do XIV e possui características similares ao Cancioneiro da Ajuda. Contém as sete cantigas de amigo de Martim Codax, com notação musical incluída em seis. Templo Romano de Évora. Os vários séculos de presença romana fizeram do latim a base das línguas ibéricas, com exceção do basco. O português é uma das línguas chamadas novilatinas.
"A história da língua portuguesa pode ser resumida numa frase: falamos uma língua que nasceu fora do nosso território (de nós, portugueses) e cujo futuro será em larga medida decidido fora das nossas mãos. A língua portuguesa, numa visão temporal ampla, acha-se de passagem por Portugal." A explicação do linguista Ivo de Castro remete-nos para esta verdade óbvia: a história da língua portuguesa não começou em 1143 com a formação do país, mas muito antes. Já o sabíamos, mas um livro publicado neste ano, Assim Nasceu Uma Língua, de autoria de Fernando Venâncio, vem dizê-lo de forma ainda mais clara.
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Sabemos que o português tem um substrato céltico, oriundo das línguas faladas pelos povos pré-romanos que habitavam a parte ocidental da Península Ibérica. Em 218 a.C., os romanos invadiram a Península e trouxeram consigo uma língua, o latim, que começou a ser usado pelas elites mas acabou por se tornar a língua usada em todo o território. Em todos os aspetos - fonética, morfologia, léxico e sintaxe - a língua portuguesa é essencialmente o resultado de uma evolução orgânica do latim vulgar trazido por colonos romanos.