Preço médio do calçado português caiu 16,75% nos últimos 3 anos

Dados do World Footwear Yearbook mostram que Portugal perdeu dois lugares no <em>top 20</em> dos maiores produtores mundiais, mas subiu outros tantos no <em>ranking </em>dos exportadores.
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O preço médio do calçado português exportado em 2017 foi de 26,54 dólares, um aumento de 1,73% face ao ano anterior, em que se ficara pelos 26,09 dólares. Mas se tivermos em conta o valor de 2014, que, por efeitos cambiais, se apresenta como o ano recorde das exportações nacionais de sapatos, com um valor global de 2452 milhões de dólares, o preço médio caiu 16,75%, correspondentes a 5,34 dólares a menos em cada par exportado.

Os dados são do World Footwear Yearbook, o anuário estatístico da responsabilidade da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), e mostram que em 2017 Portugal caiu um lugar no top 20 dos maiores exportadores mundiais em quantidade, mas subiu dois na tabela em valor. Ocupa agora a 11.ª posição.

A China é o líder incontestado do setor, sendo o maior produtor e o maior exportador, quer em volume quer em valor. Na listagem dos dez maiores exportadores, a Itália mantém o terceiro lugar, sendo o país europeu mais bem classificado, seguido de Alemanha, Bélgica, Holanda, França e Espanha. Completam, ainda, a tabela o Vietname, na segunda posição, a Indonésia, em sexto, e Hong Kong no 10.º lugar.

Na separação por tipo de produtos exportados, Portugal subiu ao sexto lugar nos maiores exportadores de calçado de couro (era 7.º em 2016) e está em sexto, também, no segmento de waterproof. A China e a Itália ocupam os dois lugares cimeiros em ambas as categorias. No calçado de couro seguem-se o Vietname, a Alemanha e a Indonésia, enquanto no waterproof a França é o terceiro maior exportador, seguido de Hong Kong e da Holanda.

Já no ranking dos maiores produtores, Portugal perdeu duas posições. A entrada direta da Nigéria e do Quénia para o top 20, ocupando respetivamente a 14.ª e a 18.ª posições, remeteram a indústria nacional para o penúltimo lugar da tabela, com uma quota de 0,4% da produção mundial que, em 2017, se cifrou em 23 500 milhões de pares de sapatos. Portugal contribuiu com 83 milhões de pares. Itália é o único país europeu no top 10 dos principais produtores, surgindo em 16.º a Espanha.

Os sapatos mais caros? Os suíços

Entre os maiores produtores mundiais de calçado, Itália é o que melhor remunera os seus produtos: o preço médio de exportação dos sapatos italianos foi de 48,15 dólares, mais 0,81% do que no ano anterior. Na comparação com 2014, o ano inflacionado pela diferença cambial do euro face ao dólar, a quebra italiana é de apenas 5,45%. Ainda assim, os sapatos mais caros do mundo não são os italianos, mas os suíços, que, em 2017, geraram 778 milhões de dólares com a exportação de nove milhões de pares de sapatos, com um preço médio unitário de 91,13 dólares. O preço médio global mundial cresceu 3% e atingiu os 9,18 dólares. A China exportou quase 9700 milhões de pares no valor global de 45 897 milhões de dólares, com o preço médio a situar-se nos 4,74 dólares.

O DN/Dinheiro Vivo tentou obter um comentário da APICCAPS aos dados do World Footwear, mas sem sucesso. Em comunicado, a associação havia destacado que "Portugal continua a evidenciar um bom desempenho, fruto de oito anos consecutivos de crescimento nos mercados internacionais", sublinhando que, "entre os principais produtores mundiais", o país apresenta o "segundo maior preço médio de exportação".

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