O verão está a chegar e são muitos os portugueses que andam a riscar os dias do calendário para que as tão desejadas férias cheguem. Mas às vezes o sonho transforma-se em pesadelo. Os consumidores acreditam ter pago por determinado serviço mas, por vezes, quando chegam ao destino, a realidade apresenta-se muito longe das expectativas criadas. Prova disso é o número de reclamações no setor do turismo que a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) tem vindo a receber..Em 2017, a Defesa do Consumidor recebeu 4281 reclamações, de acordo com dados que foram cedidos ao DN/Dinheiro Vivo. Este número subiu para 4650 no ano passado, época em que houve quase dez milhões de hóspedes nacionais nos estabelecimentos de alojamento turístico em Portugal..O ano de 2019 ainda nem vai a meio e os dados mais recentes são relativos aos quatro primeiros meses, altura em que o número de queixas ascendeu a 1654, mais 273 que nos primeiros quatro meses de 2018 e mais 422 do que no período homólogo de 2017. Tipicamente, o grande período de férias dos portugueses acontece no verão, contudo, entre o final do primeiro trimestre e abril a Páscoa é uma época que convida os portugueses a uma escapadinha, procurando muitas vezes destinos de sol e praia..Entre as queixas mais comuns, segundo a Defesa do Consumidor, estão os timeshares (produtos de férias de longa duração) e os cartões de férias. Há cerca de dois anos que a Deco já alertava para a importância de os consumidores entenderem as diferenças entre o que é o direito real de habitação periódica (que dá direito a ocupar um local de férias equipado todos os anos, durante um período de tempo definido), direito real de habitação turística (que permite a utilização de um ou mais alojamentos, por mais do que um período de ocupação) e cartões de descontos em férias..Além disso, a Deco tem também sido contactada por consumidores que apresentam reclamações associadas com agências de viagens e também viagens organizadas, em que os portugueses acreditam que o pacote de férias apresentado não corresponde ao contratualizado. Os portugueses também se queixam da qualidade do serviço prestado nos hotéis e alojamentos turísticos.