A vitória de Sá Carneiro: o dia em que a direita chegou ao poder em Portugal
Foi a 2 de dezembro de 1979. A coligação de centro-direita, impulsionada por Francisco Sá Carneiro, líder do PSD, ganha as eleições intercalares de 1979 com maioria absoluta, conseguindo 128 deputados dos 250.

Os três líderes, Sá Carneiro (ao centro), Freitas do Amaral (à esq.) e Gonçalo Ribeiro Teles (à dir.), festejavam a vitória.
© Arquivo DN
Cinco anos depois do 25 Abril, a direita chegou ao poder. Foi a 2 de dezembro de 1979. A Aliança Democrática (AD), que integrava três partidos, PSD, CDS e PPM, ganha as eleições legislativas intercalares. Francisco Sá Carneiro, líder do PSD, que tinha sido o grande impulsionador desta coligação de centro-direita, tornava-se primeiro-ministro.
O DN dava conta dos resultados: 45,26%, o que deu à AD 128 deputados na Assembleia da República, dos 250, obtendo a primeira maioria absoluta. Em 1980, nas eleições legislativas gerais, atinge os 47,59%, 134 deputados dos 250.
Na manhã seguinte do dia 2 de dezembro de 1979, o DN dava conta dos festejos na rua por esta vitória.
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Mas o dia 2 de dezembro 1979, e isso também foi registado pela comunicação social, foi aquele em que Mário Soares, secretário-geral do PS, até então no comando do país, eleito em 1976, nas primeiras legislativas após o 25 de Abril, foi afastado do poder.
Depois deste dia, a AD não viria a durar muito tempo. Um ano depois, a morte de Sá Carneiro e de Adelino Amaro da Costa, do CDS, nas vésperas para a eleição presidencial em que o general Soares Carneiro era o candidato da Aliança, retirava-lhes força e confiança.
Soares Carneiro viria a perder para Ramalho Eanes, que renovava o mandato por mais cinco anos, a coesão interna da AD foi-se desfazendo. A partir de dezembro de 1982, quando Balsemão se demitiu de primeiro-ministro e Freitas do Amaral abandonou a liderança do CDS, a mítica AD foi substituída pelo Bloco Central (PS-PSD) e pelos governos monopartidários de Cavaco e Guterres.