Redes no Brasil e barragens impulsionam lucros da EDP para 1083 milhões de euros

O grupo EDP apresentou ontem lucros de 1083 milhões de euros entre janeiro e setembro, o que representa um crescimento de 14% nos lucros. O resultado reportado foi justificado com o “bom desempenho da atividade de redes de eletricidade no Brasil, assim como pela recuperação de produção hídrica [gerada em barragens] no mercado ibérico, que mais do que compensaram os menores ganhos com rotação [leia-se venda] de ativos renováveis”..O resultado líquido recorrente aumentou 7%, para 1095 milhões de euros, comparativamente com igual período de 2023, de acordo com os números enviados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). E o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) subiu 1%, para 3,9 mil milhões de euros, penalizado pela “atividade consolidada de renováveis, clientes e gestão de energia”, que “registou uma redução de EBITDA de 2%”..A operação de redes de eletricidade “representou 42% do resultado líquido consolidado, impactado positivamente pelo sucesso da Oferta Pública de Aquisição [OPA] sobre a EDP Brasil, concluída em julho de 2023”. Nestas redes de eletricidade, o grupo registou um EBITDA de 1269 milhões de euros, mais 14%, incluindo “ganhos com rotação de ativos de transmissão no Brasil no primeiro trimestre”, bem como pela atividade de distribuição de eletricidade no Brasil e em Portugal, suportadas pelo aumento do consumo em 10%, no Brasil, e em 2%, em Portugal, e “pela atualização das receitas reguladas à taxa de inflação e melhorias de eficiência”..Já a produção de energias renováveis aumentou 18%, sobretudo, garantiu a empresa, através da energia hidroelétrica em Portugal (+66%) e eólica e solar nos EUA (+15%), o que compensou a queda dos preços grossistas de eletricidade na Europa e a forte redução da produção de eletricidade com base em combustíveis fósseis, “com as energias renováveis a representarem 97% da produção total de eletricidade nos primeiros nove meses de 2024, refletindo-se na redução de 73% nas emissões específicas de CO2”..No segmento eólico e solar o EBITDA caiu 9%, para 179 milhões de euros, “impactado pelos menores ganhos com a rotação de ativos face ao período homólogo”. Assim, a produção de eletricidade apresentou “um aumento moderado de 5%, parcialmente compensado pela resiliência do preço médio de venda, com uma queda de 4% para 59,4 euros/MWh [megawatt-hora]”..A atividade integrada de produção e comercialização de energia no mercado Ibérico e no Brasil apresentou um crescimento de EBITDA de 5%, para os €1340 milhões, “suportada pelo aumento da produção hídrica na Península Ibéria e redução do custo abastecimento de energia”..O grupo referiu, ainda, que “o foco na descarbonização permitiu reduzir as receitas de carvão para 0,1% e para menos de 2% as receitas provenientes de combustíveis fósseis, cumprindo integralmente com as melhores práticas de critérios de investimento sustentável”..A EDP fez saber que continuou a investir na transição energética, com 96% dos €3,4 mil milhões de investimento dos primeiros nove meses de 2024 associados a projetos de energias renováveis e ao reforço e expansão das redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil..Já os custos operacionais caíram 2%, para 1,4 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano..No final de setembro, a dívida líquida ascendia a 17,3 mil milhões de euros, “refletindo a aceleração do investimento em energias renováveis e redes de eletricidade e o pagamento de dividendos”..“No seguimento deste desempenho nos primeiros nove meses de 2024, a EDP espera atingir em 2024 um EBITDA recorrente de cerca de 5 mil milhões, um resultado líquido recorrente de aproximadamente 1,3 mil milhões de euros, em linha com os objetivos financeiros apresentados em maio”, lê-se nas contas trimestrais.

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