A Fernando Ferro é uma das empresas que já apresentou em Milão os novos equipamentos desenvolvidos no âmbito do PRR
A Fernando Ferro é uma das empresas que já apresentou em Milão os novos equipamentos desenvolvidos no âmbito do PRRDireitos Reservados

PRR ajuda calçado a "refundar os alicerces" da sua competitividade

Indústria portuguesa quer tornar-se "a mais moderna do mundo" através do projeto FAIST - Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica e está já a mostrar os primeiros resultados dos equipamentos já desenvolvidos
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A indústria do calçado apresenta, nesta sexta-feira, os primeiros resultados da agenda mobilizadora FAIST - Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica, com o qual pretende tornar-se "a mais moderna do mundo". Em causa estão investimentos de 50 milhões de euros, desenvolvidos ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência, e que levarão ao desenvolvimento de 34 produtos inovadores. “Este é um momento que se reveste de particular importância para a nossa indústria.  Os mercados internacionais estão cada vez mais exigentes e temos de refundar os alicerces da nossa competitividade", diz o presidente da APICCAPS.

Luís Onofre explica que, na base desta "nova visão" para o setor estão os projetos FAIST e BioShoes4All que, em conjunto, representam um investimento total na ordem dos 100 milhões de euros. "Este será um dos maiores ciclos de investimento de sempre do nosso setor e uma das maiores provas de confiança no futuro", sustenta.

Sobre o FAIST, a associação explica que se enquadra no novo Plano Estratégico da fileira, e que tem como ambição não apenas transformar a indústria de calçado portuguesa numa "referência internacional”, mas também reforçar as exportações nacionais, "aliando virtuosamente a sofisticação e criatividade com a eficiência produtiva, assente no desenvolvimento tecnológico e na gestão da cadeia internacional de valor, assim garantindo o futuro de uma base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva”. 

Os primeiros equipamentos deste projeto estão já em operação em algumas empresas do setor. O FAIST envolve 43 empresas e entidades do sistema científico e tecnológico que, em conjunto, estão a desenvolver 34 bens de equipamentos, 20 soluções de software, 5 linhas integradas de produção, mais de 15 produtos de calçado e componentes inovadores, bem como 3 unidades piloto de experimentação e demonstração.

Florbela Silva, coordenadora do projeto, assume que a Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica “assegurará uma maior eficiência produtiva, maior rentabilidade, ao qual acrescem melhores condições de trabalho e uma maior flexibilidade na capacidade de resposta ao mercado”. Além disso, serão criados 300 novos postos de trabalho, 100 dos quais altamente especializados, nomeadamente quadros superiores, num projeto que visa “aumentar o grau de especialização da indústria portuguesa de calçado para novas tipologias de produto” e potenciar “a capacidade de oferta das empresas portuguesas de calçado através do reforço da capacidade de fabricar médias e grandes encomendas, utilizando processos de montagem mais eficientes”. 

Por fim, a também diretora da unidade de Inovação e Fabrico Digital do Centreo Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP), destaca a expectativa que o FAIST assegure “a reindustrialização e o uso de processos de elevada produtividade que permitam às empresas fabricar pequenas, médias e grandes encomendas a preços competitivos, conseguindo entrar nas grandes cadeias de distribuição, que no passado se abasteciam em mercados mais baratos, como a Ásia”.

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