A indústria alemã registou a maior contração mensal desde meados de 2020, período em que foi fortemente castigada pela pandemia
A indústria alemã registou a maior contração mensal desde meados de 2020, período em que foi fortemente castigada pela pandemiaAP Photo

Produção industrial alemã regista maior queda mensal desde o primeiro impacto da pandemia

A produção no setor automóvel alemão caiu quase 20% em agosto e arrastou o índice de produção industrial para a queda mais acentuada desde o impacto inicial da pandemia, ultrapassado há cinco anos.
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A indústria alemã registou uma queda de 4,3% em agosto, face ao mês anterior. Não é apenas uma contração muito mais expressiva do que o esperado, como é a maior desde junho de 2020.

Segundo revelou o Destatis, escritório de estatísticas da Alemanha, a produção industrial recuou 4,3% em agosto, face a julho. Os dados são provisórios e dizem respeito a contas feitas com ajuste sazonal e de calendário.

Ora, de acordo com os dados do Investing.com, aquela descida foi a maior desde junho de 2020, quando o mesmo índice tombou 17,9%. Naquele período, recorde-se, as empresas foram amplamente afetadas pelas condicionantes associadas à pandemia que começou poucos meses antes.

A expetativa apontava para um recuo de 1%, pelo que os números agora conhecidos sinalizam um deteriorar do setor mais acentuado do que o expectável. Os dados surgem na sequência do aumento de 1,3% alcançado no mês de julho (subida confirmada através do mesmo relatório desta quarta-feira, 8 de outubro).

De resto, no período de junho a agosto (por trimestre, os dados são menos voláteis), houve um recuo de 1,3% na produção industrial da Alemanha, em comparação com o somatório dos três meses anteriores.

Setor automóvel no centro da desilusão

A queda registada no índice total decorre maioritariamente da contração de 18,5% na produção das empresas da indústria automóvel alemã.

O setor atravessa dificuldades profundas, face à concorrência cada vez mais feroz, em particular como resultado da força de empresas chinesas no mercado alemão e europeu. Nesse sentido, são vários os grupos e empresas que já anunciaram a redução da força de trabalho e, em determinados casos, o encerramento de fábricas.

Também em agosto, registaram-se descidas de 6,2% no fabrico de maquinaria e equipamento, 10,3% na produção da indústria farmacêutica e 6,1% no caso de computadores, elétrica e produtos óticos.

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