CP está a reforçar número de máquinas de bilhetes nas estações.
CP está a reforçar número de máquinas de bilhetes nas estações.Marisa Pereira / Global Imagens

Novas máquinas de bilhetes da CP ainda não aceitam cartão 

Em 103 dos 311 novos equipamentos instalados na Grande Lisboa só é possível pagar com cartão bancário. Mas terminais aguardam certificação externa para começar a funcionar.
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"Fora de serviço! Por favor, dirija-se a outra máquina de venda ou bilheteira.”

Esta é a mensagem apresentada em várias das novas máquinas de venda de bilhetes que a CP está a instalar em todas as estações e apeadeiros da Área Metropolitana de Lisboa (AML) nas últimas semanas. Em Santa Apolónia, por exemplo, há máquinas ligadas, mas que não têm função de momento, pois só aceitam pagamentos com cartão e estes não estão a ser aceites. Noutras máquinas, é possível pagar com notas e moedas e mal se repara que o símbolo do Multibanco está avariado. Ou seja, apenas quando estão a pagar é que os passageiros se apercebem da impossibilidade de recorrer ao cartão bancário.

O problema não é técnico porque “os terminais de pagamento automático não estão avariados”, esclarece ao DN/Dinheiro Vivo fonte oficial da transportadora. O que falta é o selo de qualidade: “Cada equipamento tem de passar por um processo de certificação realizado por uma entidade externa e tem de ocorrer de forma simultânea para todas as máquinas”. O tesouro português (IGCP) tem de enviar o código de identificação de cada terminal de pagamento “após a chegada das máquinas e não antes”, explica a mesma fonte. Apenas não se sabe quando o processo estará concluído - “esperamos que seja para breve”, acrescenta.

O pagamento com cartão bancário representa 80% das operações de compra de bilhetes. Por causa disso, a CP está a prolongar, por mais algumas semanas, o serviço das antigas máquinas de venda, que foram instaladas em 2008 e que apenas servem para os comboios suburbanos. Desde aí, os passageiros são obrigados a comprar um cartão recarregável para andar nestes comboios.

Para já, apenas quem tem notas e moedas pode usufruir de uma grande parte das 311 novas máquinas. Um terço (103) dos novos equipamentos só aceitam cartão bancário e são colocados em locais onde já existam dispositivos com notas e moedas.

Graças a este investimento, de 10,1 milhões de euros (com cofinanciamento europeu de cerca de 20%), a transportadora vai praticamente duplicar o número de máquinas de venda de bilhetes. Por exemplo, no Cais do Sodré, serão instalados 22 equipamentos (atualmente são dez). Na estação do Rossio, haverá 20 máquinas.

Há apeadeiros do Serviço Suburbano que terão máquinas de bilhetes pela primeira vez, como Espadanal da Azambuja e Vila Nova da Rainha (Linha da Azambuja), Praias-Sado-A (Linha do Sado) e Marvila (Linha de Cintura). Por estarem dentro da Área Metropolitana de Lisboa, seis estações da Linha do Oeste também vão ter estes equipamentos pela primeira vez: são os casos de Mafra, Malveira, Sabugo, Pedra Furada e Jerumelo.

Vários dos novos equipamentos contam ainda com um monitor no topo, o que permite publicitar os serviços da CP. Falta agora certificar os terminais de pagamento para que os passageiros possam ter mais uma opção na compra do bilhete.

Com as novas máquinas, os passageiros também já podem comprar viagens para os comboios regionais e de longo curso até à hora da partida. Em Santa Apolónia, por exemplo, já se pode selecionar um comboio Intercidades para o Porto, escolher o lugar na carruagem e, com a devida antecedência, ter acesso aos bilhetes promocionais, com descontos que podem atingir os 80%. Na bilheteira, o passageiro sujeita-se a ficar na fila; na aplicação e portal da CP, as vendas digitais fecham cerca de 15 minutos antes da partida do comboio.

É por causa das novas funcionalidades que a transportadora começou a instalar as novas máquinas. “Desta forma, garantimos que os nossos clientes podem começar a utilizar as novas máquinas e beneficiar das suas valências, enquanto o processo de certificação para os pagamentos por Multibanco está em curso”, acrescenta a CP.

Em 2003, a empresa chegou a instalar, num projeto-piloto, máquinas de venda de bilhetes de comboios regionais e longo curso em Santa Apolónia, Oriente, Entroncamento, Aveiro e Porto-Campanhã, mas a experiência não foi continuada.

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