Notas de euro caducadas serão transformadas em filtros de água e ar e em cartões bancários biodegradáveis
As notas de euro velhas, destruídas e, entretanto, retiradas de circulação por não cumprirem mínimos de integridade e qualidade, vão ser transformadas em filtros de água e ar, em cartões bancários biodegradáveis ou em elementos de segurança a integrar em futuras notas que venham a ser imprimidas, propõem os três projetos finalistas do concurso “Vamos dar uma segunda vida às notas”, organizado pelo Banco de Portugal (BdP).
Num comunicado enviado esta segunda-feira, o banco central explica que a ideia é "encontrar soluções mais sustentáveis para o tratamento dos resíduos das notas de euro".
"Por decisão unânime do júri, foram selecionados para a fase final do concurso três projetos", todos de grupos de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
A saber:
"CleanNote, da AlmaScience (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa), que prevê a reutilização dos resíduos em membranas para fotocatálise, aplicadas na purificação de água e ar";
"ReNote, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, que propõe transformar os resíduos em materiais funcionais que podem ser utilizados para produzir elementos de segurança complexos e de baixo risco de falsificação";
E "€coCard, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, que visa transformar os resíduos em cartões bancários biodegradáveis".
Segundo o BdP, "estes projetos seguem, agora, para a fase de desenvolvimento de protótipos".
Cada candidatura selecionada receberá um apoio inicial ao desenvolvimento do projeto no valor de "dez mil euros".
"Os protótipos serão, depois, avaliados pelo júri do concurso e submetidos a votação do público" e o vencedor "receberá um prémio de cinco mil euros", a anunciar até ao final deste ano.
Segundo o BdP, o júri do concurso é constituído por Clara Raposo, vice-governadora do Banco de Portugal e presidente do júri; Mónica Alexandra Fernandes, coordenadora de área do Departamento de Emissão e Tesouraria do Banco; Dália Henriques, gestora do Sistema de Gestão Integrado da Valora [a fábrica de euros e o cofre forte do Banco no Carregado, para as notas e moedas, que também tem à sua guarda as valiosas reservas de ouro do País]; Paulo Ferrão, professor catedrático do Instituto Superior Técnico; Giuseppe Mosele, especialista em Investigação e desenvolvimento (I&D) da direção para as notas de euro do Banco Central Europeu (BCE).