Lucro da Galp caiu 41% no primeiro trimestre para 192 milhões de euros
A Galp fechou o primeiro trimestre do ano com resultados líquidos de 192 milhões de euros, 41% abaixo dos 325 milhões obtidos em igual período de 2024. Uma quebra que a empresa justifica com um contexto macroeconómico "mais fraco".
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa dá conta que os seus resultados no primeiro trimestre foram "robustos", apesar do ambiente macroeconómico volátil. "O desempenho operacional robusto em todas as áreas de negócio levou a uma sólida geração de cash-flow, reforçada ainda mais pelos resultados dos desinvestimentos do upstream (exploração e produção), e permitiu à Galp sustentar uma posição financeira sólida. No final do período, a dívida líquida era de 1,2 mil milhões de euros", pode ainda ler-se.
O resultado ajustado a custo de substituição (RCA) antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (EBITDA) caiu 29% para 669 milhões, dos quais 385 milhões resultantes do negócio do upstream, cuja produção caiu 3%, para 104 mil barris por dia, em resultado de paragens de manutenção planeadas, designadamente no Brasil, de resultados menores em consequência da evolução das cotações do Brent e de um aumento dos volumes produzidos, mas ainda não vendidos (em trânsito).
No segmento industrial e midstream, que inclui a refinação, o processamento de matérias-primas recuou 4% para 21,6 milhões de toneladas. O Ebitda ajustado foi de 218 milhões de euro, abaixo do período homólogo, com a margem de refinação a cair 53%, passando dos 12 para os 5,6 dólares por barril.
No período em causa, a petrolífera investiu 295 milhões de euros de euros, em especial na avaliação das reservas de petróleo na Namíbia, no projeto Bacalhau, no Brasil, e nos projetos em curso na Refinaria de Sines – a unidade de produção de hidrogénio verde e a unidade de produção de biocombustíveis avançados.
Na área comercial, a Galp teve "um trimestre positivo nas vendas, tanto de produtos petrolíferos como de gás natural e eletricidade", refere o comunicado. A unidade de negócios das Renováveis foi a única em que o EBITDA teve variação positiva para 10 milhões de euros.
A empresa co-liderada por Maria João Carioca e João Diogo Silva dá ainda nota que, para o segundo trimestre, tem previsto um segundo pagamento interino de dividendo relativo aos resultados de 2024, no valor de 34 cêntimos por ação, mas que está ainda dependente da aprovação em Assembleia Geral, agendada para 9 de maio.
"Um arranque sólido de 2025 para a Galp, revelando resiliência operacional num ambiente de mercado cada vez mais volátil. Os desempenhos sólidos combinados em todos os nossos negócios e a conclusão com sucesso do desinvestimento da nossa participação na Área 4, em Moçambique, colocaram a Galp numa posição privilegiada para reforçar ainda mais a sua posição ao longo do ano. O nosso foco na execução continuou forte, progredindo com os nossos projetos de crescimento e transformação, incluindo a conclusão bem-sucedida de outro poço na Namíbia, perfurado em segurança e abrindo novas oportunidades dentro do complexo de Mopane", referem, citados no comunicado, Maria João Carioca e João Diogo Silva.