Vítor Ferreira, diretor-geral da Startup Leiria
Vítor Ferreira, diretor-geral da Startup Leiria

“Leiria é a região onde já existia empreendedorismo antes de ser cool”

Diretor-geral da StartUP Leiria recorda que na região nasceu há anos a indústria de moldes, plásticos, desenvolvimento de produto. Na nova geração, Bhout e Sound Particles são potenciais unicórnios.
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Olhando para um Portugal onde “o capital de risco tem aversão ao risco”, o diretor-geral da StartUP Leiria, Vítor Ferreira, decidiu tentar atrair investidores norte-americanos que apostem nas ideias das startups da região, para levá-las a ganhar maturidade para entrarem em rondas de financiamento. Com um legado industrial muito grande, em Leiria está a nascer o conceito “Full Stack Valley”, que pretende transformar toda a região num ecossistema completo para startups, que as apoie desde a ideia até ao produto final, em qualquer setor.

O que distingue este modelo de apoio às startups que está a ser criado em Leiria daquilo que se tem feito noutras cidades, como Lisboa e Porto, ou noutras mais pequenas e que competem mais diretamente com Leiria, como Braga, Coimbra ou Aveiro? 

Acreditamos que esta região – que vai do norte de Lisboa até mais ou menos a Pombal – é única no país, pelas suas características. É muito central e tem um legado em diversas áreas, não só a agroindústria, mas também a indústria primária, o setor agrícola e o setor da área das pescas. Por exemplo, se formos a Peniche, temos o maior porto de pesca do país e os maiores transformadores de pescado. Se avançarmos um bocadinho para Alcobaça, temos alguns dos maiores produtores de fruta do país. Para Este, temos alguns dos maiores transformadores de carne e dos maiores transformadores de produtos hortícolas, temos a Sugal. E o que caracteriza, por exemplo, todas estas empresas que trabalham no setor primário é que elas foram impactadas pela tecnologia. Hoje, quem visitar a Sugal vai encontrar uma empresa que trabalha com nanotecnologia, previsão meteorológica, com IA, robôs. Quem for a Peniche vai encontrar um projeto como a Doca Digital, vai encontrar a rede inteligente de pesca, vai encontrar alguns projetos que temos no nosso ecossistema, como a Poseidon, que está a desenvolver um bioplástico à base de algas para envolver o pescado que depois vai para as grandes superfícies – e o grande segredo não é ser um bioplástico, porque há muitos bioplásticos, é o facto de preservar o peixe em melhores condições. Se formos para os transformadores na área alimentar, temos os maiores produtores de suinicultura e de aves, como a Lusiaves. Mas de repente temos uma empresa como a Brainr que está a colocar indústria 4.0 dentro destas fábricas da área alimentar, que até agora eram das poucas que não tinham sido impactadas por estas novas tecnologias e pela inteligência artificial. 

E depois também no setor secundário...

Um setor secundário muito forte nesta faixa que estamos a falar. Temos as maiores fábricas de vidro da Península Ibérica. Uma fábrica produz 11 milhões de garrafas por dia, por exemplo, na Vidrala. Como é que fazem o controle de qualidade? BTemos uma empresa aqui incubada, a Twevo, que aplicou o seu sistema de computer vision para detetar falhas na linha de produção, não só da Vidrala, estão hoje a trabalhar cna maior fábrica de automóveis da Stellantis. A metalomecânica, moldes, desenvolvimento de produto, cerâmica, todos estes setores foram altamente impactados pela tecnologia digital.

Significa que as startups têm um papel muito importante aqui nesta transição digital?

Exatamente. As startups são capazes de fazer uma aproximação a estas indústrias que já são maiores e que têm necessidades muito próprias e que, se calhar, têm muito mais a perder arriscando. No fundo, há esta lógica de juntar o maduro ao novo e criar negócios com maior valor acrescentado e criar negócios que estão mais próximos do final da cadeia de valor de vários produtos.

Que conceito é este de “cidade full stack” que querem trazer para Leiria?

full stack é um conceito que vem do software, significa o domínio das diversas linguagens de programação, do backendao frontend. Mas nós roubámos o termo não só para aplicar a software, porque podemos ir da ideia ao produto final, em qualquer área. No setor primário, secundário e terciário. E isso não é possível fazer noutras regiões do país, o que é extraordinário. Por isso chamamos o Full Stack Valley: é o valley onde é possível, a partir de uma ideia, produzir um produto em massa e distribuí-lo para todo o país. Vou dar um exemplo, que gosto muito. A Bhout é uma empresa que desenvolveu um saco de boxe inteligente, com computer vision e inteligência artificial. A Bhout tem a sua sede portuguesa em Leiria, com a Startup Leiria. Tem o seu grande parceiro tecnológico em Leiria, que é VOID, que é um dos nossos associados. Mas o que é interessante na Bhout, é que a metalomecânica dos sacos é feita aqui, na região. Os moldes de plástico para os sacos, as espumas dos sacos, os sensores, o couro biológico ou vegan que eles usam nos sacos é feito aqui. E o saco é montado aqui. E a tecnologia de inteligência artificial é feita e desenvolvida em Leiria. De repente, temos um produto que alguém sonhou – neste caso o Mauro Frota –, foi possível idealizá-lo e montá-lo em toda a região e entregá-lo para todo o mundo, que é o que eles estão a fazer agora, a partir da região de Leiria. É extraordinário e é de facto um produto que significa um novo Portugal: um Portugal com valor acrescentado, quer seja na produção, quer seja no software, e perto do final da cadeia de valor, porque eles vão capturar o valor da inovação.

E é um Portugal exportador.

Exato. E isso é muito importante também para o desenvolvimento económico, não só do país, mas de toda esta região.

Leiria subiu 33 lugares no índice global de ecossistemas de startups, ficando na posição 606 a nível mundial, posicionando-se em Portugal como a 5ª melhor cidade para startups. O que é que motivou esta ascensão tão rápida nos últimos 2 anos, porque no ano anterior a subida tinha sido explosiva.

A StartUp Leiria resulta de uma fusão entre duas associações, que não é uma coisa comum haver em Portugal. Em 2018, criámos uma aceleradora que se chamava StartUp Leiria. E já havia uma incubadora em Leiria que se chamava IDDnet. Na pré-pandemia, percebemos que a região não é suficientemente grande para ter uma aceleradora e uma incubadora. E o que importa são ecossistemas – criar ligações, atrair talento. E foi esse trabalho que começámos a fazer. Quando fui nomeado diretor-geral da StartUp Leiria [em 2019], começámos a fazer um trabalho grande de ligação aos fundos de capital de risco, às várias instituições de ensino superior. Começámos a atrair deal flow, ou startups de fora da região, mostrando as mais-valias de estar na região. E isso deu-nos uma dinâmica. Temos muitos eventos, dos mais sérios aos menos sérios, mas o importante é que num qualquer evento se calhar vai estar o administrador da Lusiaves, ou do grupo Mekkin, e vai estar o presidente do Politécnico, e vai estar um estudante, e vai estar um founder, e todos vão conversar. É

E quais são os vossos objetivos?

A ideia de Full Stack Valley vai-nos levar para um posicionamento multiregional. Estamos hoje, não só em Leiria, onde temos três edifícios, estamos em Ancião, em colaboração com a Câmara Municipal, estamos na Batalha, e estamos também a negociar com a autarquia de Alcobaça. E estamos desde janeiro em Alcanena, também com a Câmara Municipal. Então, esta ideia de Full Stack Valley vai-nos levar para atingirmos, é o nosso KPI para 2030, 300 startups no ecossistema. Nós somos ambiciosos.

Quantas têm neste momento?

Temos entre 150 e 160.

Como será possível atrair tantas startups e atrair tanto investimento, não sendo Lisboa, não sendo o Porto? 

Há um ponto fácil, que pode ser o início de uma conversa: porque é que tens a sede em Lisboa, se basicamente não tens acesso aos fundos do Portugal 2030, não vais ter majorações, não faz sentido estares em Lisboa. Segunda conversa, porque é que não vais para a Leiria? Normalmente, nos rankings, é segunda ou terceira melhor cidade com qualidade de vida. Terceiro tema de conversa: talento. Estás em Lisboa, vais ter de pagar uma fortuna a um programador, não há habitação e o que lhe vais poder pagar não é suficiente para ele ter uma qualidade de vida interessante. Podes ter um programador aqui em Leiria, que vive nos arredores, com tanto ou mais talento, e vais conseguir ter uma força de trabalho mais acessível, com a mesma capacidade ou mais ainda. Aliás, temos assistido na cidade a movimentos migratórios de pessoas de Leiria que foram viver para Lisboa há 20 ou 30 anos e que voltaram agora. Leiria cresceu muito, é uma cidade já com cerca de 130 mil pessoas, mas a qualidade de vida continua a ser muito boa e este centro todo pode ser feito a pé e as pessoas gostam disso. 

E em termos de investimento?

Investimento também. Temos falado com muitos investidores estrangeiros e esta ideia do Full Stack Valley e o facto de Lisboa estar um bocadinho saturada faz com que alguns desses investimentos se deslocalizem para fora de Lisboa. Temos falado com Family Offices, temos falado com empresas que tinham as suas sedes em Lisboa e que estão a mudar para a Leiria à procura da vantagem dos incentivos do Portugal 2030, mas também da vantagem do talento.

Qual é o volume de negócios da StartUp Leiria? Nos últimos dois anos cresceram 100%?

Sim, neste momento, devemos andar entre 750 e 800 mil euros. Para uma incubadora é bastante. Já temos uma força de trabalho com cerca de 12 colaboradores. Obviamente que uma boa parte disso inclui projetos financiados, porque temos vários projetos no PRR. Temos um testbed com a Lusiaves, que se chama “Test for Food”, onde ajudamos a fazer pilotos na área que vai do campo à produção alimentar. Participamos em duas agendas, temos projetos europeus.

E têm apoio da Câmara de Leiria?

Não temos apoio direto da Câmara Municipal. Somos um caso atípico no mundo, diria eu. Somos uma associação sem fins lucrativos, os associados puseram cá o fundo social, não há quotas anuais, e nós vivemos das receitas que temos das incubações virtuais e físicas e dos projetos e das consultorias que fizemos. Não temos qualquer subvenção. Obviamente que temos facilidades, a Câmara Municipal de Leiria ajuda-nos: se precisarmos do Castelo, eles cedem-nos para um evento; se precisarmos do teatro, eles cedem; se precisarmos de um apoio no evento, eles vão apoiar um coffee break. Mas a verdade é que, por exemplo, o edifício onde nós estamos agora [no Mercado Municipal], pagamos renda.

Era importante para vocês conseguir estreitar esta relação também com a Câmara Municipal, para que tivessem mais apoio?

Temos bastante apoio. Não posso dizer que não tenho apoio porque tenho uma ligação direta com o presidente da Câmara e com a vereadora Catarina Louro, da Economia. Não temos apoio monetário como se calhar algumas outras incubadoras têm, noutros municípios. E Isso também nos fez trabalhar mais e diversificar e temos espírito de startup. Mas gostava de um apoio na expansão, na procura de novos espaços, porque precisamos mais de espaço. Temos uma lista de espera de mais de 15 startups para entrar e esse apoio seria interessante

A StartUp Leiria está próxima do Politécnico, essa ligação permite, por exemplo, atrair talento mais adaptado a estas startups?

Somos uma associação sem fins lucrativos, temos mais de 42 associados que vão desde o Novo Banco à Delta, a Lusiaves, entidades nacionais e locais, a La Redoute, a Mazars. Mas os três principais, que têm maior participação no fundo social, são o Politécnico de Leiria, a Câmara Municipal de Leiria e a NERLEI, que é a associação industrial e comercial aqui da região. Esses três parceiros são essenciais para tudo o que temos feito. A nossa presidente [Eduarda Fernandes é professora do Politécnico de Leiria, eu sou professor no Politécnico de Leiria. Temos ativado os programas de aceleração como o Poliempreende no Politécnico de Leiria, temos feito aulas abertas, seminários com os centros de investigação para fomentar o surgimento de mais spin-offs. Quando uma primeira startup, como a Sound Particles, foi criada pelo Nuno Fonseca, que era professor, ou surge outro projeto como a Twevo, que tem sucesso, isso cria efeitos de arrastamento, os outros professores e os investigadores começam a pensar que isso é possível.

E como é que se incentiva a que isso aconteça mais dentro do Politécnico de Leiria?

Estamos a tentar ter uma aproximação aos investigadores e mostrar-lhes que aquilo que estão a fazer tem valor e, muitas vezes, fazemos conversas e promovemos programas com investidores de capital de risco e, de repente, eles começam a perceber esta patente que tenho não serve só para subir na carreira, também pode servir para criar um negócio e gerar valor. O Governo disse que ia permitir aos professores e investigadores criarem as suas próprias spin-offs, sem ferir o regime da exclusividade. Acho que isso vai ser muito importante no futuro. 

Que passos concretos precisam de dar em Leiria para que possam competir com os principais polos de inovação do País, sendo que, só para nos situarmos, à frente de Leiria no ranking estão Lisboa e Porto, naturalmente, Coimbra e Braga?

Primeiro, o Full Stack Valley acho que vai ajudar, e o conceito tem o apoio das forças vivas da região, o NERLEI, a Associação Empresarial e Industrial, a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, e também o próprio Politécnico está ciente do conceito. Outra coisa que nos vai ajudar e que não tínhamos até agora são os doutoramentos. O Politécnico provavelmente em breve será uma Universidade Politécnica e já tem dois doutoramentos, um em fabricação aditiva e outro na área de informática, porque muita da investigação que resulta em spin-offs vem de doutoramentos, investigações mais profundas. Se formos ver, alguns projetos em Coimbra ou no Porto, na UPTEC, nascem de investigações de doutoramento. Portnto, acreditamos que isso nos vai dar um impulso para nos aproximarmos dos outros polos, dos outros hubs de inovação. O terceiro fator é atração internacional. Nós temos 30% de founders estrangeiros no nosso ecossistema. Temos muita gente do Brasil, como é óbvio, mas temos também da Rússia, Ucrânia, Alemanha, Índia, Estados Unidos.

Os norte-americanos estão bastante interessados na região.

É curioso porque temos uma parceria, como nossa associada, que é a VOID, que tem usado um isco muito interessante nos Estados Unidos para captar startups para Portugal que é “vocês têm um pé na América, têm acesso a VC, e ponham um pé na Europa para terem acesso a grants”, porque na América não há grants. O João Mota, que é um dos sócios da Void Software, fala muito disso, que é atrativo para algumas startups, porque nos grants não temos de ceder capital próprio. E alguns americanos acham que faz sentido por um pé na Europa, entrando através de Portugal. E Leiria, ali no meio, é aquela regiãozinha que está no centro de tudo e a partir daí vou explorar o resto da Europa e vou ter acesso a grants.

O que é que na região Oeste atrai tanto a comunidade norte-americana que tem entrado em Portugal?

Acho que é esse o fator. Mas a proximidade talvez à Nazaré tenha feito um branding espetacular. Quando fazemos pitches do nosso ecossistema para o estrangeiro, usamos uma fotografia das ondas gigantes. Se eu disser Leiria ninguém sabe onde é, antigamente dizia-se que era perto de Fátima, hoje eu uso “big waves”. O Oeste tem uma qualidade de vida muito interessante e está a uma hora do aeroporto de Lisboa e a uma hora e vinte do aeroporto do Porto, a 15 minutos da Nazaré ou a 15 minutos da serra. É uma questão de lifestyle, de proximidade com mar e serra

E como conseguem reter essas pessoas cá?

Um dos fatores para a retenção de talento é, de facto, a qualidade de vida. Se conseguimos criar condições para que tenham uma vida repleta. Se tivermos oportunidades de emprego. E depois, a criação de um verdadeiro ecossistema com empresas grandes, pequenas, médias, permite que uns saiam de umas para outras, que alguém se conheça aqui e crie uma empresa, que outro saia de uma startup que não teve sucesso e vá trabalhar para uma grande empresa, ou alguém que trabalha numa grande empresa junta-se a outra pessoa que saiu do Politécnico e cria uma startup. Isso cria um efeito de bola de neve, é um bocadinho aquilo que nós estamos aqui a tentar fazer em Leiria.

A falta de investidores a apostar em projetos em fase inicial é um desafio em Portugal. Como é que Leiria pode captar esse investimento?

Neste momento temos uma coisa gira: a Portugal Ventures abriu uma das suas primeiras calls regionais, a Call Leiria Crescimento, que tem dado uma impulso à atração de startups para cá. Temos conversado com alguns investidores americanos, com uma ideia de ser first investors, preparando depois as startups para serem apresentadas a uma primeira ronda, a uma seed series, em que essas startups já chegam com maior capacidade, se calhar, já com certificação de idoneidade da ANI, que lhes vai permitir ser investidas por um fundo SIFIDE. Estamos a trabalhar no sentido de trazer uma coisa que não há muito em Portugal, que é esse first ticket. Tirando a Portugal Ventures e o INOV-ID, que coloca 100 mil euros em startups que estão a sair do meio académico, não há muitas oportunidades. Na verdade, em Portugal o capital de risco tem aversão ao risco. Como eu costumo dizer aos meus alunos, em português capital de risco a tónica está no risco; em inglês diz-se venture capital, a tónica está em venture. E isso faz sentido. Cresceu muito o investimento em capital de risco em Portugal, nos últimos três ou quatro anos, mas continuamos a ser o terceiro ou quarto pior da Europa. Mas muita gente veio de private equity, e isso quer dizer que tem ainda mais aversão ao risco. E tem medo de investir em fase de MVP e pré-MVP, sem tração. E é preciso trazer essa cultura de Silicon Valley – e se calhar até este efeito Trump vai-nos ajudar – e estamos a atrair alguns ex-investidores nos Estados Unidos, que procuram fazer pontes com os EUA, que podem ser eles próprios arquitetos do first ticket na região de Leiria.

E Leiria é uma das regiões com mais argumentos em Portugal para captar esse investimento?

Sim, pelo conceito que falámos inicialmente, de Full Stack Valley, mas não só. Leiria é a região onde já existia empreendedorismo antes de ser cool, como costumo dizer. Temos toda uma indústria de moldes, plásticos, desenvolvimento de produto, que surgiu de empreendedores. Não eram digitais, não eram tecnológicos, mas era malta que trabalhava numa empresa de moldes, esteve nove anos a ser treinado como ferramenteiro, percebia o negócio, guardava algum dinheiro, comprava uma máquina de CNC e um torno mecânico e ia fazer moldes e arriscava. Estamos numa região onde uma pessoa ia para os Estados Unidos vender moldes sem saber falar inglês. Vivemos numa região onde cresceram impérios – que se internacionalizaram – sem qualquer apoio do Estado. É curioso porque em Leiria as empresas vieram antes da Política Económica. O espirito empreendedor estava cá, nós estamos no sítio certo. Nós temos umas startup que é a Dimera, que faz desenvolvimento de novos materiais num laboratório virtual com machine learning – uma coisa completamente fora da caixa. E isto é o espírito de Leiria, que é o espírito de ser empreendedor.

E arriscaria dizer que está cá em Leiria a crescer o próximo unicórnio português?

Sim, a Bhout, sem dúvida. A Sound Particles está a resolver o problema do som 3D em headphones, que é super complexo do ponto de vista matemático. Se eles acertarem, sim. Mas a Bhout, no processo em que está, certamente. 

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