Christine Lagarde, presidente do BCE. Palazzo Vecchiio, Florença, Itália, 29 de outubro de 2025.
Christine Lagarde, presidente do BCE. Palazzo Vecchiio, Florença, Itália, 29 de outubro de 2025.Foto: EPA/CLAUDIO GIOVANNINI

Lagarde: acordo UE-EUA e cessar-fogo em Gaza ajudaram a reduzir ameaças à economia da Zona Euro

Lagarde diz que "não tenho grandes queixas sobre o crescimento, neste momento", o comentário possível à variação trimestral do PIB de 0,2%, divulgada esta quinta-feira, pelo Eurostat.
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O acordo comercial da União Europeia (UE) com os Estados Unidos (EUA), assim como as medidas de cessar-fogo na Faixa de Gaza, Palestina, "ajudaram a reduzir potenciais impactos negativos" sobre a economia europeia, observou Christine Lagarde, a presidente do Banco Central Europeu (BCE). Já a guerra da Rússia contra a Ucrânia “continua a ser uma fonte de grande incerteza”.

Após a reunião de taxas de juro, que decorreu esta quarta e quinta-feira, em Florença, Itália, a chefe máxima da autoridade monetária mostrou-se bastante menos preocupada com os destinos da inflação e do crescimento.

“De um ponto de vista da política monetária, estamos num bom lugar. É um lugar fixo? Não, mas vamos fazer o que for necessário para assegurar um bom lugar”, acrescentou. Disse ainda que os governos dos países e as respetivas economias podem fazer melhor em termos de crescimento, apelando a mais investimento e a reformas estruturais em prol da produtividade e da competitividade europeia.

Em conferência de imprensa, no Palácio Velho, em Florença, Lagarde disse não ter "grandes queixas sobre o crescimento neste momento", o comentário possível aos dados divulgados esta quinta-feira, pelo Eurostat, que mostraram que a Zona Euro cresceu 0,2% entre o segundo e o terceiro trimestre, ligeiramente melhor do que estimava a maioria dos economistas.

A maior economia, a Alemanha, estagnou outra vez, mas França, o segundo maior mercado do euro, cresceu mais do que o esperado. Compensou um pouco.

Para Lagarde, a situação atual "é positiva, mas continua ainda sujeita a alterações" e aos riscos do costume.

A presidente do BCE concede que "certos riscos para o crescimento económico diminuíram", mas também é preciso ter em conta que há outros "riscos potenciais que ainda não impactaram no mercado, especialmente os estrangulamentos e as interrupções nas cadeias de abastecimento" globais.

Na questão da inflação, a presidente do BCE disse que os salários estão ajudar (porque estão a crescer cada vez menos) e que a força do euro está a servir de escudo contra preços mais elevado lá fora e aumentar o poder de compra europeu ao nível das importações.

"Um euro mais forte pode contribuir para uma descida mais acentuada da inflação", embora a perspetiva para a variação dos preços seja atualmente "mais incerta do que o habitual".

O painel de indicadores salariais monitorizado pelo BCE "aponta para uma desaceleração do crescimento dos salários em 2025 e no primeiro semestre de 2026", referiu a responsável.

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