Inteligência Artificial pode ajudar clubes, atletas e até público
13 jogadores suíços do FC Basel e do FC Luzern entre os 16 e os 18 anos, dos quais oito já nas seleções jovens do país, chegaram um destes dias à Universidade de Friburgo para realizar uma experiência. Colocaram-se numa marca de penálti previamente preparada para enfrentar, em vez de um guarda-redes, um holograma. Com óculos especiais desenvolvidos pela equipa de investigadores da universidade bateram 200 penáltis cada.
Aos jogadores era dado um local específico da baliza para acertar, mas, na altura do disparo, o guarda-redes desenvolvido em computador movia-se para o destino em causa, o que os obrigava a mudar a trajetória no último instante. Segundo o estudo, detalhado pela Reuters, a tecnologia, desenvolvida graças à Inteligência Artificial, fez os jovens craques melhorarem em 35% a performance por comparação com os tiros a olho nu.
Na Alemanha, a federação local de futebol colocou à disposição dos treinadores e observadores da seleção um dispositivo que recolhe informações sobre os comportamentos das equipas rivais em campo, a partir do anúncio da equipa titular e mesmo durante as partidas.
Em paralelo, os observadores humanos da seleção alemã vão poder deixar de assistir aos 1500 jogos por ano que precisavam porque a Inteligência Artificial se encarregará de o fazer, libertando-os para outras tarefas, entre as quais, a interpretação com mais qualidade desses mesmos dados.
A revolução da Inteligência Artificial no futebol, segundo artigo de Neil Sahota, conselheiro de negócios, na revista Forbes, “está aí para melhorar a performance dos atletas e treinadores e melhorar as experiências do público, gerando mais receita para os clubes”.
O Liverpool e o Barcelona já lideram na integração da Inteligência Artificial no planeamento tático.
No campo da saúde e, consequentemente, rendimento dos atletas, o Los Angeles Galaxy e o Atlanta United são líderes, com algoritmos avançados que monitoram movimentos, força física e risco de lesões.
Na área dos reforços, o Manchester United já avançou no uso detalhado de informações dos jogadores a contratar, recolhendo dados não só sobre o presente, mas também do futuro dos atletas alvo de interesse.
Manchester City e Real Madrid, por sua vez, inovam as experiências dos adeptos que se deslocam aos seus estádios, proporcionando experiências cada vez mais personalizadas e interativas, o que aprofunda a conexão entre fãs e clube.
O Chelsea, através da sua patrocinadora, a Infinite Athlete, empresa especializada em tecnologia desportiva, fez uma parceria com a Gemini Sports Analytics, plataforma de informação via Inteligência Artificial na nuvem, no valor de 3,25 milhões de dólares.
O Barça, a propósito, também usa a Inteligência Artificial para dinamizar áreas do clube muito além do terreno de jogo, como operações de bilheteira ou venda de camisolas e outros produtos de merchandising.
Segundo Sahota, “a beleza da integração da Inteligência Artificial no mundo do futebol é que ela não está a substituir treinadores, jogadores e demais staff, mas a colaborar com o conhecimento humano”.
“Os humanos estão a ser alimentados por informação e ideias a que não tinham acesso sem ela, com o melhor das inteligências humana e tecnológica, o homem e a máquina estão a escrever, juntos, a nova cartilha do sucesso”.