Os preços dos combustíveis deverão aumentar a partir de amanhã nas bombas de gasolina em resultado da subida das cotações internacionais na semana passada. De acordo com a Epcol, a associação que representa as empresas nacionais de combustíveis e lubrificantes, os dados que tem disponíveis indicam que a cotação do gasóleo aumentou 5,3 cêntimos e a da gasolina três cêntimos, já incorporando o efeito do IVA.Como sublinha ao DN António Comprido, secretário-geral da Epcol, cada revendedor de combustível fará depois o seu preço ao consumidor. "O aumento previsto para a próxima semana é um reflexo direto das cotações internacionais", sublinha, uma vez que em termos de impostos aplicados nada mudou desde o início do ano. "Entre 31 de dezembro de 2024 e 1 de janeiro de 2025 não houve aumento da carga fiscal, ficou neutro", diz o responsável da Epcol. António Comprido explica que a taxa de carbono baixou, e o Governo compensou essa descida com a subida do ISP (Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos ).O Ministro da Finanças, numa audição no Parlamento no dia 19 de dezembro, assegurava aos deputados que a redução do desconto no ISP - através do qual o governo procurou aliviar a subida do preço dos combustíveis no bolso das famílias na sequência a da guerra na Ucrânia -, seria compensada pela descida da taxa de carbono. .Taxas do ISP atualizadas hoje em três cêntimos absorvendo descida da taxa de carbono.Governo não se compromete com Bruxelas na retirada de apoios no ISP por tensões mundiais. "A 1 de janeiro os portugueses terão o mesmo valor de imposto sobre os combustíveis que têm a 31 de dezembro", garantiu Miranda Sarmento. O ministro recusou-se até a falar em aumento da taxa do ISP, sublinhando antes tratar-se de "uma reversão de um desconto que é temporário e que um dia tem de ser revertido". A Comissão Europeia tem vindo a pressionar o Governo português para que elimine os apoios na energia, numa altura em que a inflação está a normalizar.A esquerda parlamentar acusou Miranda Sarmento de falta de transparência ao não assumir a reversão do ISP na apresentação do Orçamento do Estado de 2025. Já ontem, o secretário-geral do Partido Socialista acusou o governo de Luís Montenegro de mentir aos portugueses. "O primeiro-ministro disse que este Orçamento do Estado era o primeiro da história sem aumentos de impostos. Bastou chegar ao dia 1 de Janeiro e ninguém deu por ela. Vão dar por ela na segunda-feira quando forem atestar. Foi logo a 1 de Janeiro que foi publicada a portaria que aumenta o Imposto sobre Produtos Petrolíferos. Não bastaram seis dias para que aquela afirmação passasse a ser uma das mentiras que marca este governo e o atual primeiro-ministro", disse Pedro Nuno Santos em Viana de Castelo, citado pela agência Lusa. O Governo publicou duas portarias que entraram em vigor no dia 1 de janeiro deste ano. Uma delas reduz a taxa de carbono e 81 euros para 67 euros, mantendo ainda parcialmente o congelamento da taxa. E a outra revê as taxas unitárias do ISP, que subiu em cerca de três cêntimos por cada litro de gasóleo e gasolina.