Famílias pagaram aos operadores mais 100 milhões até junho
As receitas retalhistas da Meo, NOS, Vodafone e Nowo totalizaram 2040 milhões de euros entre janeiro e junho, mais 5,3% face a igual período de 2023 (1936 milhões de euros). Comparativamente com os primeiros seis meses do ano passado, os consumidores pagaram mais 100 milhões de euros por telecomunicações em Portugal.
Os números são do relatório da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) sobre os pacotes de comunicações eletrónicas no 2.º trimestre deste ano, e refletem o aumento de preços dos serviços. Desde fevereiro deste ano, as principais empresas de telecomunicações agravaram os preços até 4,3%, em linha com a média anual da inflação do ano passado. Já em 2023 tinham atualizado os preços até 7,8%.
Segundo o regulador, 53,7% da faturação dos operadores tem origem nas ofertas em pacote (conjunto de serviços, como televisão, internet e telefone, contratualizados num único contrato com o operador). A receita proveniente dos serviços em pacote cresceu 9,1%, para 1096 milhões de euros, com a Anacom a registar “há quatro trimestres consecutivos” um crescimento homólogo desta parcela das receitas “em torno de 9%, o que não ocorria desde 2016”.
“Cerca de 86,7% das receitas retalhistas dos serviços em pacote, registadas entre janeiro e junho de 2024, resultaram do segmento residencial, totalizando 950 milhões de euros”, acrescenta o regulador das comunicações. Já 13,3% vieram do segmento não-residencial (empre- sas e outras entidades coletivas), somando 146 milhões de euros.
Os pacotes que agregam quatro ou cinco serviços (4/5P) foram a principal fonte de receita para os operadores, tanto no segmento residencial como no segmento empresarial.
Este tipo de oferta totalizou 750,3 milhões de euros (+11,6% em termos homólogos), correspondendo 68,4% do total das receitas com pacotes, ou 36,8% do total das receitas retalhistas dos operadores.
A faturação das telecom com pacotes que agregam três serviços (3P) cresceram 2,7%, para 298,6 milhões de euros, e as ofertas que juntam dois serviços no mesmo pacote geraram uma receita de 47,4 milhões de euros (+12,1%).
No final de junho, a receita média mensal por subscritor de pacote ascendia a 38,99 euros (valor sem IVA), mais 6,5% em igual período do ano anterior.
“No caso das ofertas 4/5P a receita média mensal foi de 47,46 euros (+5,1%) e de 30,21 euros no caso das ofertas 3P (+5,3%)”, de acordo com a análise da Anacom.
Por segmento, o valor médio mensal que cada subscritor residencial pagou aos operadores por estes serviços conjuntos variou entre 17,38 euros nas ofertas 2P e 46,50 euros nas ofertas 4/5P, enquanto no segmento não-residencial variou entre 23,95 euros e 51,78 euros, respetivamente (valores sem IVA incluído).
Número de assinantes cresce 2,3%
No final de junho, registavam-se 4,7 milhões de subscritores de pacotes de serviços, mais 2,3% (ou 107 mil) do que há um ano. E, tal como os valores das receitas retalhistas demonstram, as ofertas 4/5P são as que juntam o maior número de assinantes (2,7 milhões de subscritores, mais 6,3%). As ofertas 3P atraíam 1,6 milhões de subscritores e os pacotes 2P 401 mil.
“As ofertas 3P verificaram o maior decréscimo anual desde 2015 (-3,5%)”, de acordo com o organismo que supervisiona o setor das telecomunicações.
A Meo continuava a ser o operador com maior quota de subscritores de serviços em pacote (41,7%), seguindo-se a NOS (35,0%), a Vodafone (20,6%) e a Nowo (2,6%). Comparativamente com o período homólogo, a Meo e a Vodafone aumentaram o número de assinantes em 0,4 pontos percentuais e 0,1 pontos percentuais, respetivamente, enquanto a NOS e a Nowo registaram quedas de 0,4 pontos percentuais e 0,2 pontos percentuais.
Os operadores Meo, NOS, Vodafone e Nowo também encontram fonte de faturação noutras tipologias de serviços. As receitas retalhistas dos serviços móveis ascenderam a 682,9 milhões de euros entre janeiro e junho, valor que compara com os 660,3 milhões de euros faturados em período homólogo. Já as receitas retalhistas com serviços fixos individualizados recuaram 0,3%, para 227,8 milhões de euros, e os proveitos com “outros serviços” caíram 22,7%, para 32,7 milhões de euros.