Ministro das Finanças, Miranda Sarmento
Ministro das Finanças, Miranda Sarmento

Estado regista défice de 2.731 milhões de euros até junho

Em contraponto com um excedente de 4.828,5 milhões registado no primeiro semestre de 2023
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O Estado registou um défice de 2.731 milhões de euros até junho, o que se traduz numa diminuição do saldo de 7.574,5 milhões de euros face ao período homólogo, foi hoje anunciado.

Desta forma, passou-se de um excedente de 4.828,5 milhões nos primeiros seis meses de 2023 para um défice de 2.731 milhões no primeiro semestre de 2024.

Esta evolução, em contabilidade pública, deveu-se aos "efeitos conjugados da diminuição da receita (4,1%) e do acréscimo da despesa (11,2%)", indica a Direção-Geral do Orçamento (DGO) na síntese de execução orçamental.

Já face ao mês anterior, o défice subiu 178 milhões de euros, "registando um abrandamento da trajetória".

A DGO ressalva que a "variação do saldo encontra-se influenciada pela transferência, em 2023, da totalidade das responsabilidades asseguradas através do Fundo de Pensões do Pessoal da Caixa Geral de Depósitos (FPCGD) para a CGA", sendo que esta operação não tem impacto no saldo em contas nacionais.

"Ajustado do efeito inerente ao FPCGD, o saldo orçamental das AP decresceu 4.556,2 milhões de euros, face ao registado no mesmo período do ano anterior, pelo facto de o aumento da despesa (11,2%) ter sido superior ao da receita (1,7%)", indica o organismo.

A subida da despesa deu-se "sobretudo por via dos acréscimos na despesa de transferências, despesas com o pessoal e aquisições de bens e serviços".

Nas transferências (que subiram 13,3%) tiveram impacto a subida dos encargos com pensões, bem como o aumento do número de pensionistas.

Já o crescimento das despesas com pessoal (7,7%) "é justificado pelo efeito transversal das medidas de valorização dos rendimentos dos trabalhadores em funções públicas, em vigor desde o início de 2024 e, em menor grau, o efeito do acelerador nas carreiras da Administração Pública", explica a DGO.

"Relativamente às aquisições de bens e serviços (11,3%), sobressaiu o maior volume de pagamentos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a evolução no subsetor da Administração Local", indica o organismo.

Por outro lado, a receita reduziu-se em 4,1%, devido à transferência das responsabilidades detidas pelo FPCGD, mas se for excluído este efeito, "ter-se-ia verificado um aumento de 1,7%, para o qual contribuíram, essencialmente, a receita contributiva (9,9%), o agregado das restantes receitas (55,6%), as transferências (16%) e os rendimentos da propriedade (51,7%)".

O aumento dos rendimentos da propriedade deveu-se à entrega de dividendos pela Caixa Geral de Depósitos, "atenuada pelo efeito de base dos dividendos do Banco de Portugal entregues ao Estado no ano de 2023".

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