Renault Austral, Carro do Ano de 2023
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Empresas automóveis em dificuldades. Renault tem prejuízos de 11 milhões

A BMW viu os lucros resvalar e a Renault apresentou prejuízos nos primeiros seis meses deste ano
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 A Renault teve prejuízos de 11.185 milhões de euros no primeiro semestre, devido à mudança no tratamento contabilístico da sua participação na Nissan, informou esta quinta-feira, 31 de julho, a construtura automóvel francesa.

A Renault voltou a explicar, em um comunicado, como já havia antecipado no dia 01 de julho, que contabilizou nos seus resultados uma perda de 9.300 milhões de euros, sem consequências para a caixa, devido à modificação do valor que atribui aos 35% do capital que detém da Nissan.

À alteração contabilística, acrescenta-se outro encargo de 2.300 milhões de euros pelas perdas do seu parceiro japonês nos dois primeiros trimestres.

Excluindo o impacto da Nissan, que responde essencialmente à diferença entre o valor contabilístico nas contas do grupo francês desses 35% e o valor em bolsa à data de 30 de junho passado, a Renault teve no primeiro semestre um lucro de 461 milhões de euros, contra os 1.469 milhões que tinha obtido no mesmo período de 2024.

A margem operacional caiu para 1.653 milhões de euros, contra 2.175 milhões de euros, representando 6% da faturação e, desse total, 989 milhões corresponderam ao negócio puramente automóvel, em comparação com 1.600 milhões um ano antes.

O grupo francês justifica esta queda com as descidas nas vendas de carrinhas e com a comercialização de veículos elétricos, que na fase inicial da tecnologia são mais caros na produção e enfrentam uma forte concorrência no mercado europeu

Os elementos acima mencionados representaram um impacto negativo de 444 milhões de euros, porém a Renault admite que grande parte será revertido no segundo semestre do ano.

A faturação da Renault aumentou 2,5% em valores absolutos, para 27.640 milhões de euros, e 3,6% em valores comparáveis, após descontar o efeito das variações cambiais.

Na atividade automóvel, o volume de negócios cresceu 0,5% em termos brutos e 1,6% em termos comparáveis.

O novo presidente executivo, François Provost, admitiu que os resultados do primeiro semestre, num contexto de mercado difícil, não estavam em linha com as suas “ambições” iniciais.

No entanto, Provost insistiu que a administração já lançou um conjunto de medidas para atingir os seus objetivos e observou que, além do resultado líquido, a rentabilidade do grupo Renault continua a ser uma “referência”no setor.

A empresa reviu em baixa as suas perspetivas financeiras para o conjunto do ano, a fim de “ter em conta a deterioração da dinâmica do mercado automóvel, com uma maior pressão comercial por parte dos seus concorrentes e a antecipação da continuação da queda do mercado”.

Em concreto, espera uma margem operacional “em torno de 6,5%”, em vez dos “pelo menos” 7%, como estimava quando apresentou os resultados anuais em fevereiro, e um fluxo de caixa entre 1.000 e 1.500 milhões de euros.

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Lucro do grupo BMW cai 29% até junho

 Já o grupo automóvel BMW registou lucros de 4.015 milhões de euros até junho deste ano, menos 29% em termos homólogos, apesar de o número de entregas ter caído menos de 1%, anunciou o grupo bávaro.

Nos primeiros seis meses do ano, o grupo, que junta BMW, Mini e Rolls-Royce, viu uma redução dos seus lucros face aos 5.656 milhões de euros somados no primeiro semestre do ano passado, num período em que também as receitas caíram 8,0%, para 67.685 milhões de euros.

Até junho, as receitas com automóveis caíram 6,9% e as de motociclos para 5,1%, para, respetivamente, 58.654 milhões de euros e 1.767 milhões de euros.

Em sentido inverso, as receitas com os serviços financeiros cresceram 4,3% para 20.104 milhões de euros.

Entre 01 de janeiro e 30 de junho deste ano, o grupo alemão entregou 1.207.594 automóveis, numa quebra homóloga de 0,5%, com o grosso a centrar-se na BMW (1.070.960, quebra de 2,3%), seguindo-se Mini (133.838, ganhos de 17,4%) e Rolls-Royce (2.796, quebra de 0,8%).

Por geografia, o grupo apresentou na Europa um ganho de 8,2% até junho – destacando-se o crescimento de 6,2% no mercado doméstico –, na América de 3,4% (nos Estados Unidos da América aumentou 2,7%) e na Ásia uma redução de 11,1%, influenciada pelo recuo de 15,5% nas entregas na China.

Também a produção do grupo baixou, na ordem dos 7,8% em termos homólogos, para 1.238.608 unidades.

Os novos contratos de financiamento e 'leasing' caíram 3,0% no primeiro semestre face ao mesmo período do ano passado, tendo sido firmados 824.672 acordos com clientes.

No documento com os resultados, publicado no seu portal, o Grupo BMW confirmou os seus objetivos para o ano.

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