Que investimento prevê a Brisa Concessões Rodoviárias (BCR) para 2025?Ora bem, nós em 2025, prevemos investir 65 milhões de euros na rede BCR (Brisa Concessões Rodoviárias). Nós temos um plano de investimentos anual, fazemos investimentos de forma regular, de forma planeada, muito fruto daquilo que são também as necessidades de infraestrutura. O grosso do investimento é em segurança e em conforto dos nossos clientes. Nós temos uma uma rede de autoestradas que é fundamental que esteja bem mantida, para a segurança rodoviária, para a qualidade de vida das pessoas e para o desenvolvimento económico. E, portanto, temos muito essa preocupação. Estamos a falar de que tipo de intervenção?Estamos a falar de beneficiação de pavimentos, reabilitação de viadutos e taludes, naquilo que é, digamos, essencial para a segurança e também para o conforto. E temos também investimentos previstos no conforto dos nossos clientes, nomeadamente finalizando o plano de investimentos que tivemos de renovação das áreas de conforto Colibri. Neste caso, contamos, em 2025, encerrar o investimento global de 30 milhões de euros que fizemos nas áreas de conforto Colibri, e que tem tido muito boa aceitação dos nossos clientes.Que outros planos de investimento tem a BCR, além da renovação da rede?Sim, continuamos sempre a investir em tecnologia. A Brisa é muito conhecida por investir em tecnologia, por trazer muita tecnologia para as nossas autoestradas. E investimos bastante, nomeadamente naquilo que diz respeito a telemática, o que, no fundo, suporta os nossos clientes na autoestrada. E aquilo que nos permite também, ao mesmo tempo, garantir que uma viagem na Brisa é uma viagem acompanhada, que é monitorizada. E que, assim que há um incidente, é automaticamente, ou da forma mais célere possível, conhecido, sinalizado e é avisado. E, portanto, todo esse acompanhamento daquilo que se passa nas autoestradas implica sempre um investimento forte nessa área.Que trabalho está a empresa a fazer na área da Inteligência Artificial? Soluções de raiz ou adaptação do que já existe?As duas coisas. Experimentamos muito e, claramente, a Inteligência Artificial. A visão e a tecnologia que temos hoje disponível permite-nos ou permitir-nos-á, no curto prazo, estar bastante mais preparados para acompanhar tudo aquilo que se passa nas nossas autoestradas..Em 2025, prevemos investir 65 milhões de euros na rede Brisa Concessões Rodoviárias (...). O grosso do investimento é em segurança.”. Mas esse trabalho seria só com vista a preparar aquilo que é o dia a dia de uma autoestrada ou poderia contribuir para decisões?Sim. Em primeiro lugar, perceber tudo aquilo que se passa da forma mais rápida possível. E aí, a Inteligência Artificial, com o reconhecimento de determinados padrões, de reconhecimento automático de incidentes, é fundamental. E depois acreditamos que a Inteligência Artificial pode ter um papel importante na gestão do tráfego. Estamos à procura de como é que poderemos fazer isso. Acompanhamos também aquilo que se faz a nível europeu e estamos a tentar perceber como é que a Inteligência Artificial nos pode ajudar na fluidez de tráfego, nos congestionamentos. É um desafio enorme que temos pela frente.Como é que tem sido a performance de segurança nas autoestradas geridas pela BCR?Devo dizer que 2024 foi um ano em que houve uma melhoria significativa na sinistralidade grave. Tivemos uma redução de 40% no número de vítimas mortais. Ainda assim, infelizmente, tivemos 15 vítimas mortais na Brisa Autoestradas. Mas é uma redução em relação aos 25 que tínhamos tido em 2023. E, portanto, há aqui uma melhoria bastante significativa, que são dados muito melhores do que aqueles que se verificaram na rede nacional. A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) publicou recentemente os dados provisórios, em que se verificou uma redução nacional de quatro vítimas mortais. Nós, na rede de autoestradas, tivemos uma redução de dez vítimas mortais. Portanto, uma redução muito significativa de 40% em relação a 2023.Mas esta redução pode ser um caso isolado?Não nos parece, apesar de ter sido um ano particularmente relevante. Mas no tema da segurança rodoviária, a questão das tendências é muito relevante. Nós, de facto, desde 2019, que é o ano de referência da União Europeia para o objetivo que nós também subscrevemos [redução de 50% das vítimas mortais e dos feridos graves numa década, entre 2019 e 2030], temos vindo paulatinamente a reduzir todos os anos. Acreditamos que conseguiremos, em conjunto com todos os stakeholders, e com o comportamento dos nossos clientes e dos condutores, atingir esse resultado. Tivemos 33 vítimas mortais em 2019; depois tivemos 29 em 2022; 25 em 2023 e em 2024 reduziu-se para 15. É uma redução forte, mas que vem na sequência de uma tendência. No fundo já atingimos o objetivo de 2030, mas não podemos baixar a guarda, porque ainda temos muito para trabalhar.. Como é que o vosso negócio ainda pode crescer mais em Portugal?O negócio em Portugal cresce com a economia e, portanto, acreditamos no país. Acreditamos na economia portuguesa e, portanto, o negócio crescerá por aí, com mais população, com mais mobilidade, com mobilidade mais inteligente, mais sustentável. Já agora, temos feito um esforço muito grande e dado um contributo muito relevante para a mobilidade elétrica e para a transição energética da frota nacional. Nós dotámos e estamos a dotar as nossas áreas de serviço de carregadores rápidos e ultrarrápidos. Neste momento, todas as áreas de serviço da Brisa tem carregadores ultrarrápidos. Temos áreas de serviço em média de 40 em 40 quilómetros. Sabemos da importância que tem, para quem compra um carro elétrico ou para quem está a ponderar adquirir um carro elétrico, o tema das viagens longas. Até pode pensar que vai comprar um carro elétrico, mas depois, quando tiver aquela viagem, vou com a família para o Porto, para o Algarve, como é que eu faço? E, portanto, nós temos tentado e temos feito um esforço muito grande para contribuir para esta transição energética da frota nacional.Pode exemplificar?Só para lhe dar aqui alguns números, que acho que são relevantes e que, muitas vezes, as pessoas não têm essa noção: temos, neste momento, 181 pontos de carregamento na nossa rede em operação; e temos mais 158 pontos de carregamento em instalação. Portanto, até ao final do ano, teremos praticamente 340 pontos de carregamento..Vamos instalar em três áreas de serviço mais urbanas - a de Oeiras, já em 2025, e depois Coronado-Trofa e Águas Santas, perto do Porto, na A3 e na A4 - hubs de 20 carregadores elétricos.”. A Brisa considera que essa é uma oferta adequada para a procura?É adequado. Nós temos vindo a fazer crescer esta oferta em função também das necessidades. Isto vai permitir, para dar um exemplo, que numa viagem Lisboa-Porto um cliente encontre 100 pontos de carregamento na A1. É uma oferta que já permitirá a muita gente ponderar comprar o carro elétrico ou, por exemplo, de Lisboa ao Algarve, encontrar quase 50 pontos de carregamento para carregar o carro. Este é um contributo que nos parece bastante relevante, onde temos apostado bastante, porque também acreditamos muito na mobilidade elétrica. (…) E o que temos vindo a ver é que o número de carregamentos nas nossas autoestradas cresceu. Praticamente triplicou nos últimos três anos. Em 2024 teremos tido qualquer coisa como 450.000 carregamentos nas nossas áreas de serviço.Em três anos, o carregamento de carros elétricos nas vossas concessões triplicou?Sim, era 150 mil em 2022 e, em 2024, são 450 mil. É o nosso contributo, termos uma oferta que não é bem conhecida do público. Mas dotar a infraestrutura de algo que retira a ansiedade das viagens longas [para elétricos] parece-nos bastante relevante. (…) E também lhe posso dar aqui uma novidade, que tem a ver com o facto de que vamos instalar em três áreas de serviço mais urbanas - a de Oeiras, já em 2025, e depois Coronado-Trofa e Águas Santas, perto do Porto, na A3 e na A4 - hubs de carregadores elétricos. Uma lógica de hub. Portanto, teremos 20 pontos de carregamento elétrico, já não tanto para satisfazer as necessidades das viagens de médio e longo curso, mas também para as necessidades urbanas, das distâncias mais curtas.