As novas linhas de alta velocidade em Portugal serão construídas em bitola ibérica, mas com travessas polivalentes.
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Bruxelas já deu 196 milhões a Portugal para alta velocidade ibérica e diz que será realidade

O comissário europeu dos Transportes, Apostolos Tzitzikostas, apontou ainda que “é muito importante garantir que existe um financiamento adequado”.
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A Comissão Europeia já mobilizou para Portugal cerca de 196 milhões de euros, desde 2014, para estudos e obras da linha de alta de velocidade com vista à futura ligação Lisboa-Madrid, esperando que o projeto “seja uma realidade”.

“[A linha de alta velocidade] Madrid-Lisboa será uma realidade nos próximos anos. E, como podem ver no mapa e pelos esforços que estamos a envidar, desde o início deste mandato, temos de garantir que o mercado único funcione bem e que a Europa esteja verdadeiramente unida, o que significa que estou em constante diálogo com os ministros dos Transportes e das Infraestruturas de França, Espanha e Portugal, para garantir que o continente ibérico esteja bem conectado por via ferroviária e rodoviária nos próximos anos”, disse o comissário europeu dos Transportes, Apostolos Tzitzikostas.

Falando em conferência de imprensa em Bruxelas no dia em que o executivo comunitário apresenta um plano para uma rede ferroviária europeia de alta velocidade, o responsável europeu pela tutela apontou que “é muito importante garantir que existe um financiamento adequado”.

Na resposta à Lusa, Apostolos Tzitzikostas disse que “a acessibilidade financeira […] é proporcionada pela concorrência”, quando questionado sobre possíveis preços a praticar face aos das companhias aéreas de baixo custo, por exemplo.

“Se apresentarmos às pessoas comboios rápidos, bem conectados, que ligam muitas cidades e capitais em toda a Europa, com uma forma de ir a algum lado de forma rápida e segura, pode ter a certeza de que os cidadãos irão definitivamente escolher o comboio em detrimento de qualquer outro meio de transporte”, adiantou.

Até ao momento, segundo dados obtidos pela Lusa, a Comissão Europeia já atribuiu 196 milhões de euros do Mecanismo Interligar a Europa, que financia a construção, desenvolvimento e modernização de infraestruturas, a cinco projetos para o lado português da linha ferroviária, incluindo secções com origem nos portos de Setúbal e Sines.

Desde 2014, é apoiada com 116 milhões de euros a linha ferroviária Sines/Elvas no troço Évora-Caia e estação técnica no quilómetro (km) 118 da linha sul.

Entre o ano seguinte e 2020, foram mobilizados 2,5 milhões de euros em estudos para o corredor internacional sul (Sines/Setúbal/Lisboa-Caia).

À segunda fase do troço Évora-Caia, na ligação ferroviária Sines/Elvas, têm sido adjudicados 55,8 milhões de euros desde 2016.

Desde 2020, estão a ser financiados estudos para a ligação ferroviária de alta velocidade para o troço Lisboa-Madrid num total de 3,9 milhões de euros.

Acrescem 17,4 milhões de euros desde 2021 para o troço Évora-Évora Norte da ligação ferroviária Sines/Elvas.

A Espanha foram destinados cerca de 750 milhões de euros de apoio desde 2014 à linha de alta velocidade que liga a Extremadura a Madrid.

Os governos de Portugal e Espanha e a Comissão Europeia acordaram na passada quinta-feira um conjunto de ações que vão permitir avançar com a ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid até 2030, com uma viagem de cinco horas, que será depois de três horas até 2034.

O projeto insere-se na aposta europeia na ferrovia.

Já se fala há vários anos da ideia de ligar Lisboa e Madrid por uma linha de alta velocidade e, nos anos 2000, os governos de Portugal e Espanha já haviam acordado que a linha deveria cruzar a fronteira em Elvas e Badajoz.

No lado português, o troço de alta velocidade entre Lisboa e Elvas chegou a estar planeado aquando da anterior crise financeira, mas o projeto foi suspenso devido aos custos, às controvérsias sobre projetos e à necessidade de adaptar a bitola ferroviária.

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