Bem-estar das famílias cresce mas ainda é inferior ao observado antes da pandemia
O Índice de Bem-Estar (IBE) das famílias cresceu em 2023, mas o nível observado ainda se encontra abaixo do registado antes da pandemia, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacioanal de Estatística (INE). O índice em causa passou de 45,5 pontos, em 2022, para 46 pontos, em 2023, sendo que em 2019, último ano anterior à pandemia, o nível de bem-estar estava nos 46,5 pontos.
O IBE é o resultado da análise de dez índices sintéticos do INE cujo resultado final surge da comparação entre as condições materiais de vida e a qualidade de vida das famílias em Portugal. Em 2023, as "Condições Materiais de Vida" subiram 2,2 pontos, para 48,3 pontos, enquanto o nível da "Qualidade de Vida" recuou 0,3 pontos, para 45 pontos.
Por um lado, no último ano, as condições materiais de vida cresceram devido a uma evolução favorável nos indicadores de "Bem-Estar Económico", "Vulnerabilidade Económica" e "Emprego", cujos níveis observados já superam os registados em 2019.
Quanto à Qualidade de Vida, que avalia questões de bem-estar imateriais, o bem-estar das famílias foi travado por decréscimos na avaliação de indicadores como "Educação, Conhecimento e Competências" e "Participação Cívica e Governação", apesar de se registarem melhorias quando aos indicadores "Saúde", "Balanço Vida-Trabalho", "Relações Sociais e Bem-Estar Subjetivo", "Segurança Pessoal" e "Ambiente".
De acordo com o INE, que divulgou os resultados das medições realizadas desde 2004, as duas perspetivas de análise do bem-estar "apresentaram comportamentos distintos", nos últimos 20 anos, sendo que "o índice de qualidade de vida foi sempre superior ao das condições materiais de vida, com exceção do ano de 2009 e a partir de 2021".
A qualidade de vida das famílias em Portugal, segundo o gabinete de estatística, teve uma tendência de crescimento "positiva" até 2016, registando-se valores "aproxidamente constantes" de 2016 a 2018. No entanto, a partir daí, com exceção de "um ligeiro acréscimo" entre 2021 e 2022, a tendência tem sido decrescente.
Já sobre as condições materiais de vida, o INE registou "uma evolução negativa" entre 2009 e 2013, depois de um tendência "positiva" observada entre 2004 e 2009 "à custa do contributo" do indicador "Bem-estar Económico". A partir de 2013, o indicador foi crescendo cresceu até 2023, "tendo apenas sofrido um decréscimo entre 2019 e 2020", devido ao comportamento dos indicadores "Bem-Estar Económico", "Vulnerabilidade Económica" e "Emprego".