Dívida pública mundial aumentou para o dobro desde 2000

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A dívida pública dos 20 países mais ricos, vai superar os 100% do seu Produto Interno Bruto, dentro de três anos. Em 2000, a dívida situava-se em média em 70% do PIB e em 1980, chegava apenas aos 40%, segundo contas do FMI.O valor da dívida pública a nível mundial situa-se nos 30 biliões de euros, cerca de 59,3% da actividade económica do planeta, segundo o CIA Factbook.Segundo o Expansion, desde o ano de 2007, quando a bolha do imobiliário explodiu no Estados Unidos e deu o pontapé de saída para a Grande Recessão, o nível de endividamento público aumentou cerca de 50%. Este aumento é derivado da aplicação de políticas keynesianas, pela maior parte dos governos mundiais, o que levou ao aumento dos défices orçamentais e aceleraram o endividamento. Mas o recurso à dívida não é exclusivo dos anos de crescimento fraco, mas também aumentou nos anos de forte crescimento económico. Em 2000, somava apenas 18 mil milhões de dólares, menos de metade do que actualmente.As implicações do aumento não são menores. Se é certo que a dívida financeira é necessária para o crescimento económico de países emergentes como a China, Índia e Brasil, o crescimento do endividamento não se produz ali mas em países ricos como o Japão (225% do PIB), Itália (118%), França (83%) e Alemanha (79%). Estes países aplicam a maior parte dos seus recursos no consumo e não no investimento.Assim, dá-se o temido efeito de crowding out, redução do investimento privado, derivado do aumento do investimento público, sem compensação a longo prazo. As consequências são evidentes em países como Espanha, onde a não concessão de crédito às empresa está adiando a recuperação económica.Mas o endividamento público está a criar mais impactos negativos. Quando este aumenta mais que o crescimento económico, como nos últimos anos, tem associada uma maior intervenção estatal na economia, devido ao aumento de impostos no futuro que retiram recursos à actividade. Para manter os elevados níveis de dívida, é necessário recorrer aos mercados de forma assídua, o que implica o risco de ser julgado severamente pelos mesmos, como no caso das economias periferias da zona euro."A dívida pública disparou após a quebra da Lehman Brothers, especialmente nos países que tinham tido crescimentos nos mercados do imobiliário", segundo o relatório anual do Banco de Compensações Internacionais, uma organização internacional responsável pela supervisão bancária. o regulador diz que é necessário moderar a dívida pública porque "o sentimento do mercado pode mudar rapidamente, obrigando os governos a tomar medidas ainda mais drásticas do que as tomadas anteriormente". Actualmente, os cinco países da Zona Euro sob fogo cerrado dos mercados Grécia, Portugal, Irlanda, Grécia, Espanha e Itália, têm em marcha planos de austeridade.

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