Vestas investe até dez milhões em três anos no Porto

Empresa dinamarquesa fornecedora de aerogeradores vai instalar um centro de investigação e criar 80 postos de trabalho altamente qualificados até ao final do ano
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A empresa dinamarquesa Vestas, fabricante de aerogeradores para parques eólicos, vai instalar no Porto um centro de investigação para o desenvolvimento de tecnologia para aerogeradores. Um projeto que implicará um investimento "entre cinco e dez milhões de euros até 2020" e "a criação de algumas centenas de postos de trabalho", diz em entrevista ao DN/Dinheiro Vivo Jorge Magalhães, vice-presidente do centro de investigação.

"Vamos criar 80 postos de trabalho altamente qualificados até ao final do ano e daqui a dois anos conseguir mais algumas centenas", explica o responsável. Os empregos serão sobretudo na área da engenharia, não só mecânica e eletrotécnica, mas também de software, eletrónica, IT e também big data, acrescenta.

O investimento da empresa fornecedora da EDP Renováveis, do Grupo Generg ou da EGF ficará entre os cinco e os dez milhões de euros, sobretudo em equipamento, e será apoiado com candidaturas a fundos comunitários através do Portugal 2020, em alguns projetos, mas também recorrendo a incentivos fiscais para o investimento, que podem chegar a 25% do investimento de capital realizado, explica Jorge Magalhães.

Numa primeira fase, o centro de investigação ficará junto à Universidade do Porto, mas a empresa dinamarquesa já está à procura de una localização para instalar a sede portuguesa - onde será realizado o grosso do investimento. "Estamos à procura da localização para a sede da região do Porto, Gaia ou na Maia. Vamos precisar de uns milhares de metros quadrados e já estamos em contactos com as câmaras municipais a ver opções. Este é um projeto para os próximos 18 meses a dois anos", explica o responsável. O recrutamento de engenheiros para esta primeira fase, contudo, avança já na próxima semana.

Questionado sobre a escolha de Portugal para a implementação deste centro de investigação, Jorge Magalhaes explica que a Vestas arrancou com uma lista de 99 cidades possíveis. "Fizemos um estudo durante um ano para vermos quais eram as cidades com maior capacidade de desenvolvimento de engenharia em áreas fundamentais como a mecânica ou a eletrónica e o software."

De 99 cidades passou-se a uma shortlist de dez onde estava o Porto, mas também Lisboa e várias cidades do Leste da Europa. "Era importante ter salários competitivos", admite o responsável. Mas não só. "Queríamos sobretudo bons engenheiros, com um método de trabalho operacional e um bom nível de inglês. O método de trabalho dos portugueses é parecido com o dos dinamarqueses, mas tem o lado do que se chama o "desenrascanço". E Portugal oferece vários incentivos ao investimento", desde incentivos fiscais, fundos comunitários e o programa de estágios profissionais que Jorge Magalhães considerou atrativo, uma vez que, além dos "engenheiros com experiência, o centro de investigação vai ter muitos estagiários vindos das universidades".

E é neste ponto que o Porto ganha a Lisboa: "Temos quatro universidades na região, embora esperemos receber também engenheiros do Técnico e o Porto está numa área mais industrial, onde conseguimos encontrar com mais facilidade todas as competências de que precisamos", admite o responsável do centro de investigação.

Os desenhos que saírem do centro de investigação do Porto serão aplicados nas fábricas de aerogeradores de Espanha ou da Dinamarca. A Vestas tem unidades espalhadas por todo o mundo, procurando cobrir localmente os principais mercados para reduzir os custos com a logística, explica Jorge Magalhães. A aposta, além da produção, instalação e manutenção dos aerogeradores e gestão de parques elétricos, passa pelo investimento em baterias para uma gestão mais eficaz das redes elétricas.

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