UE marca para dezembro nova discussão sobre preço da energia

A compra conjunta de gás fica para já afastada do pacote de medidas para fazer frente à escalada dos preços da energia.
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Os 27 discutiram esta quinta-feira as ações possíveis da União Europeia face ao problema da energia, que é geral a todos os Estados-Membros, e prometeram voltar ao tema na Cimeira regular de dezembro.

Sem medidas conjuntas a nível europeu, os 27 pedem à comissão europeia para "estudar o funcionamento dos mercados do gás e da eletricidade, bem como do mercado das emissões de carbono da União Europeia", e deverá posteriormente, avaliar eventuais irregularidades e comportamento comercial, no mercado da energia, que mereçam a medidas de Bruxelas.

No curto prazo, os Estados deverão aplicar as medidas sugeridas pela Comissão Europeia para uma ajuda direcionada às famílias mais desprotegidas, e para as empresas, "tendo em conta a diversidade e especificidade das situações dos Estados-Membros".

A união europeia deverá também "considerar a aplicação rápida de medidas de médio e longo prazo", que contribuam para tornar "acessíveis" os preços da energia.

Os 27 convidam o Banco Europeu de Investimento a estudar formas de acelerar a aplicação de verbas para a transição energética.

Mas, para já não avança a medida apoiada por Espanha, e outros países europeus - França, Itália, Grécia, República Checa e Roménia - que propunham a Bruxelas organizasse uma "compra conjunta de gás", para garantir uma melhor posição negocial, à semelhança do que aconteceu com a compra das vacinas.

O presidente do governo espanhol, Pedro Sanchez, chegou a Bruxelas expectante "por uma maior ambição" e de um "sentido de urgência no debate", por ser uma situação que atinge "todos os países europeus", e ameaça a própria "competitividade" do bloco, face as "outras regiões que não são atingidas pela alta do preço do gás". Sanchez espera "ver como a comissão propõe mais medidas".

Bruxelas admite estudar a compra conjunta de gás, mas não dá qualquer garantia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen voltou a defender a aposta na energia livre de emissões de carbono, dando um sinal contrário ao pedido espanhol.

"A médio e longo prazo, é muito claro, a estratégia é investir passivamente em energia limpa e renovável. Porque esta é energia de confiança, porque é produzida na Europa, e é o futuro", afirmou Von der Leyen.

O tema volta ao debate no concelho extraordinário de Transportes, Telecomunicações, e Energia, Marcado para a próxima semana.

O Conselho Europeu promete manter a situação sob análise e colocará a novamente a escalada do preço da energia, na agenda da cimeira de dezembro.

O diferendo entre Varsóvia e Bruxelas em matéria de Estado de Direito foi o debate ao jantar, mas o tom foi menos crispado, com vários líderes, entre os quais a chanceler alemã, Angela Merkel, a afirmar que este não é o momento para grandes clivagens ou posições de rutura.

No final do primeiro dia de reunião, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, descreveu o debate como "sereno e construtivo", e deve agora dar lugar ao "debate político" que aprofunde o conhecimento das posições de parte a parte, iniciado na discussão ao jantar, num "ambiente sereno".

De acordo com fontes europeias, a discussão sobre a Polónia não constará nas conclusões da Cimeira.

Em Bruxelas

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