Taxa de desemprego sobe em oito países da Europa e Portugal é um deles

E mais nove países acompanham no aumento do número de desempregados. Segundo o Eurostat, além de Portugal, são os casos de Holanda, Letónia, Estónia, Hungria, Áustria, Malta, Chipre, Dinamarca e República Checa.
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A taxa de desemprego e o número de desempregados já começaram a subir em vários países da União Europeia (UE), mostram dados do Eurostat, ontem divulgados.

A taxa de desemprego agravou-se, em novembro (face a igual mês de 2021), em oito países e o contingente de pessoas sem trabalho aumentou em dez economias; Portugal aparece em ambos os grupos, de acordo com cálculos do Dinheiro Vivo a partir dos novos dados oficiais.

Na UE e na zona euro, a taxa de desemprego média (que mede a proporção de pessoas desempregadas face à população ativa) reduziu-se em seis décimas percentuais entre novembro de 2021 e igual mês de 2022. Na UE, a taxa estava em 6%. Na zona euro em 6,5%. A incidência do desemprego em Portugal é de 6,4%, segundo a estimativa que o Instituto Nacional de Estatística (INE) enviou ao Eurostat.

A taxa de desemprego europeia ainda alivia com as reduções significativas em países como Grécia (menos 1,7 pontos percentuais), Itália (menos 1,2 pontos), Espanha e Suécia (ambas com menos um ponto percentual na taxa) e Irlanda (menos 0,8 pontos).

Mas há países onde a evolução vai em sentido contrário, onde o peso do desemprego está a aumentar. É o caso de Estónia, Portugal, Hungria, Malta, República Checa, Áustria, Dinamarca e Chipre. Portugal registou um agravamento de duas décimas na taxa de desemprego (para os referidos 6,4% da população ativa). O caso mais desfavorável é o cipriota, com mais 0,9 pontos entre novembro de 2021 e igual mês de 2022.

Em Portugal (assim como na maioria da dezena de países da UE), o movimento de agravamento do desemprego acontece porque o contingente de pessoas sem trabalho está a avançar mais rapidamente do que a população ativa.

No mercado de trabalho português, a tendência tem sido de aumento ligeiro ao longo da segunda metade deste ano, mas persistente, colocando o número de desempregados nos 332 mil indivíduos em novembro último, mais 3,4% do que um ano antes.

Mais nove países acompanham na deterioração deste indicador de desemprego. Além de Portugal, destacam-se os casos de Holanda, Letónia, Estónia, Hungria, Áustria, Malta, Chipre, Dinamarca e República Checa.

Na Dinamarca e na República Checa, que lideram, o desemprego disparou, em termos absolutos, cerca de 20%, mostram os dados publicados pelo Eurostat na segunda-feira.

Em Portugal, o problema não estará só no desemprego. No emprego, os sinais mais recentes, apurados pelo INE, também não são favoráveis.

Como noticiou recentemente o DV, em novembro, o emprego nacional estava quase estagnado, cresceu apenas 0,3% face a igual mês de 2021, o valor mais fraco desde o período de maior mortalidade da pandemia (início de 2021).

Teria sido pior não fossem os muito jovens. Aqui, o emprego de pessoas com 25 anos ou mais começou a cair (cedeu 0,6%, o pior registo desde janeiro de 2021), mas a face do mercado de emprego acabou por ser salva por uma subida recorde do número de postos de trabalho ocupados por indivíduos muito jovens (15 a 24 anos).

O volume de emprego nesta faixa etária dos mais jovens de todos disparou 16,8%, que é como quem diz, o valor mais elevado destas séries longas do INE que remontam a 1999.

Mesmo assim, emprego total nacional só ganhou 16 mil novos postos de trabalho no ano que termina em novembro; há mais 42 mil trabalhadores muito jovens (menos de 25 anos); o grupo com 25 anos ou mais perdeu quase 26 mil postos de trabalho, mostram os dados oficiais do INE, ainda que provisórios (de novembro).

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