Se a guerra se intensificar, Portugal ainda pode crescer 3,6% este ano, diz Centeno

Inflação dispara, mas no cenário central, em que a guerra da Rússia contra a Ucrânia não sofre uma "escalada", a economia portuguesa deve crescer 4,9%, diz o Banco de Portugal. Ainda assim, muito menos do que se pensava há três meses.

A economia portuguesa poderá ser capaz de crescer 4,9% (num cenário em que não há uma escalada da guerra), em todo o caso quase menos um ponto percentual dos se se previa há três meses; e se a guerra na Ucrânia se intensificar, a economia ainda vai ser capaz de crescer 3,6% em termos reais, diz o Banco de Portugal (BdP).

Na apresentação do novo boletim económico de março, divulgado esta quinta-feira, o governador Mário Centeno explicou que "face a dezembro, a projeção para o crescimento do PIB é mais baixa em 0,9 pontos percentuais (p.p.) em 2022 e 0,2 pp em 2023, permanecendo inalterada em 2024".

A revisão em baixa para este ano "reflete o menor crescimento no quarto trimestre de 2021 e indicadores mais fracos no primeiro trimestre, devido à quinta vaga da pandemia no final de 2021 e primeiras semanas de 2022 e ao conflito militar, a par da redução do poder de compra devido à inflação e às hipóteses externas menos favoráveis", acrescenta.

Inflação mais do que duplica

O impacto nos preços do consumidor é que parece ser mais violento, o que até já está a ser sentido em várias vertentes do quotidiano, como no custo dos combustíveis, do pão e de outros bens alimentares e não alimentares.

Em dezembro passado, o BdP previa uma subida geral dos preços na ordem dos 1,8% este ano. Agora, diz que o ritmo vai ser mais do dobro.

"A inflação é que foi revista em alta, em particular em 2022 (2,2 pp), refletindo os valores elevados recentes e a revisão em alta das hipóteses para o preço do petróleo e outras matérias-primas". A taxa de inflação prevista é agora de 4%, no cenário central, em que não há uma escalada na agressão contra a Ucrânia.

Porque num cenário de violência ainda maior (cenário adverso), a inflação em Portugal pode chegar a 5,9%, calcula o BdP.

Em atualização no Dinheiro Vivo

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