Santander Totta admite vender crédito e imóveis do Popular

Presidente do Santander Totta garante que integração dos dois bancos vai ficar fechada em 2018. Serão fundidos mais de 60 balcões e poderá haver mais saídas
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O Banco Popular já não existe. Qualquer rasto que ainda persista do banco que no verão do ano passado foi comprado pelo Santander por um euro será apagado até ao final do ano. "Pouco irá sobrar para 2019", garante António Vieira Monteiro. O presidente do Santander Totta afirmou ontem, durante a apresentação das contas de 2017, que a integração do Popular, que arrancou há um mês, "está a correr bem" e ficará, como previsto, "concluída sem problemas até ao final de 2018".

A integração do Popular no universo Santander garantiu ao banco liderado por Vieira Monteiro o título de maior instituição financeira privada em Portugal. O stock de crédito do Totta disparou 25% em 2017, para mais de 41 mil milhões de euros, com o Popular a contribuir com mais de seis mil milhões de euros para esse montante. Só no segmento de crédito a empresas, o Santander "herdou" um bolo próximo dos quatro mil milhões de euros.

Ainda assim, Vieira Monteiro não põe de parte a hipótese de vender uma parte da carteira de crédito do antigo Banco Popular. "Já não falamos de Popular, só falamos de Santander Totta. Vendemos carteiras de crédito que consideramos não terem viabilidade futura e que estão devidamente provisionados. É natural que após a análise que estamos a fazer das carteiras que eram do Popular possa efetivamente haver vendas. Isso aplica-se também a imóveis e a outro tipo de ativos", destacou o presidente do Santander Totta.

A fusão de balcões dos dois bancos é certa, ainda que o número exato ainda não esteja fechado. "Serão mais de 60, mas não chegam a uma centena. Há balcões praticamente pegados uns com os outros", atirou Vieira Monteiro, que também recusou falar de despedimentos de funcionários que pertenciam ao Popular, apesar de não fechar a porta a essa hipótese.

"O Santander Totta nunca fez despedimentos. Todas as situações relativas à diminuição de quadros são feitas caso a caso e com base em acordos com os trabalhadores. Quando falamos em saídas, isso diz respeito à totalidade do quadro da instituição. Não são de um banco ou do outro", sublinhou, lembrando que quando o Banif entrou no universo Santander houve saídas das duas instituições. Vieira Monteiro ressalvou, no entanto, que "é evidente que, perante uma junção de duas instituições, num período em que o recurso e as idas aos bancos diminuem, leva a que tenhamos uma política cuidadosa nessa matéria". Nos primeiros nove meses do ano passado, saíram do Santander Totta perto de 300 pessoas, a maior parte por acordos de rescisão. Depois dessa data, revelou Vieira Monteiro, "saíram mais algumas dezenas". Em Espanha, a compra do Popular ditou a saída de 1100 trabalhadores, também à base de reformas antecipadas ou saídas voluntárias.

O que está garantido para já é um aumento salarial para os trabalhadores do antigo Popular que auferiam menos de 1200 euros. O novo "salário mínimo" do banco começou a ser pago já no primeiro mês de 2018 e abrangeu mais de cem trabalhadores.

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