SANA paga 1,79 milhões/ano para fazer hotel no Quartel da Graça

A proposta que venceu o concurso corresponde a uma renda de 1,79 milhões de euros anuais (o valor base do concurso estava fixado em 332.604 euros).
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O grupo SANA é o grande vencedor do concurso para instalar e explorar um hotel no Quartel da Graça. À shortlist foram sete grupos e, anunciou esta sexta-feira o ministério da Economia, a proposta de uma empresa do grupo SANA saiu vencedora.

"O concurso Revive relativo ao Quartel da Graça, em Lisboa, foi concluído, tendo sido adjudicado a um agrupamento de empresas do grupo Sana", anunciou o Governo, detalhando que a proposta vencedora oferece uma renda de 1,79 milhões de euros anuais - o valor base do concurso estava fixado em 332.604 euros.

A conversão do Quartel da Graça em hotel de cinco estrelas com 120 quartos pressupõe um investimento de 30 milhões de euros, que serão utilizados na reabilitação do imóvel. O hotel deverá abrir daqui a dois anos.

O concurso público para a concessão deste edifício por um período de 50 anos foi lançado no início de fevereiro no âmbito do programa Revive, que disponibiliza património público degradado e o coloca ao serviço do Turismo. Neste caso, a instalação de um hotel estava prevista desde o início o que tornou o imóvel, localizado no centro de Lisboa, num dos mais apetecíveis edifícios deste programa de reabilitação de património.

Quando o processo foi lançado houve 13 manifestações de interesse mas apenas sete avançaram para a fase de apresentação de propostas vinculativas.

"A adjudicação do concurso relativo ao Quartel da Graça demonstra que o Programa Revive torna possível dar novo uso ao património público, ultrapassando todas as dificuldades históricas associadas a estes processos. Este imóvel será um fator de geração de riqueza e de criação de emprego na cidade de Lisboa", afirma, em comunicado, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

Já o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, lembra que "a conclusão do concurso para a concessão do Quartel da Graça permite, por um lado, a recuperação de um edifício indissociável da história da cidade de Lisboa e, por outro, a devolução à população de um imóvel que abriga séculos de memórias, incluindo as do início da fundação do país". O responsável refere ainda que "a rentabilização do Quartel da Graça, ao abrigo da Lei das Infraestruturas Militares, contribui para um dos mais importantes instrumentos de financiamento da Defesa Nacional e das Forças Armadas, sendo mais um exemplo da associação do Ministério da Defesa Nacional ao programa REVIVE e da aposta na recuperação e valorização do património histórico do país".

Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna lembra, por seu lado, que "durante um século, o Quartel da Graça, em Lisboa, serviu a Guarda Nacional Republicana e as populações. Com o Programa Revive, terá uma nova vida, através da recuperação e valorização deste importante ativo do nosso património, numa altura em que o Ministério da Administração Interna tem também em plena execução a Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança, que permite o maior investimento de sempre na modernização dos equipamentos das polícias portuguesas".

Graça Fonseca, na Cultura, reforça a devolução "à cidade de Lisboa um dos mais importantes edifícios associados à muralha fernandina e classificado como Monumento Nacional". A ministra destaca a "aliança entre a recuperação do património e a necessidade de dinamizarmos investimento para imóveis que devem, no futuro, desafiar-nos para garantirmos maior diversidade na oferta de espaços de criação cultural".

Conhecido o resultado deste concurso, passam a ser dez os imóveis já adjudicados no âmbito do Programa Revive o que eleva para 100 milhões de euros o volume de investimento proporcionado por este programa.

Já foram lançados concursos relativos a 19 imóveis no âmbito do Revive, estando abertos os concursos para a concessão do Mosteiro de Lorvão, em Penacova, do Forte da Ínsua, em Caminha, do Mosteiro de São Salvador de Travanca, em Amarante, e do Paço Real de Caxias, em Oeiras.

Ana Margarida Pinheiro é jornalista do Dinheiro Vivo

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