Ryanair acredita que aumento de vacinas já salvará o verão

Líder da Ryanair volta a criticar os apoios públicos à TAP, comparando-os à atribuição de doces a crianças, que querem sempre mais.
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Com a Europa dividida entre geografias a desconfinar e outras a apertar restrições, a Ryanair defende que uma aceleração da vacinação, que considera ser possível com a chegada de novas vacinas recentemente aprovadas, pode salvar o verão deste ano para o turismo incluindo em Portugal. Eddie Wilson, CEO da companhia aérea, deixou críticas aos apoios públicos dados à TAP.

A palavra chave para Ryanair é vacinação e não o livre-trânsito digital, mecanismo anunciado pela Comissão Europeia e que pretende dar provas da vacinação, testagem ou recuperação da covid-19, devendo ficar disponível a partir de junho. "A UE não se cobre de glória no que diz respeito à vacinação e à forma como contratualizaram as entregas. E estão agora a tentar apanhar o Reino Unido (..) e os EUA. É uma prioridade", começou por responder o presidente executivo da empresa, ontem em conferência de imprensa. "As vacinas da Moderna, da Johnson and Johnson, da Pfizer e da AstraZeneca vão estar disponíveis em abril e com isso poderemos ter mais vacinação na Europa e acho que vai ser a tempo de salvar o verão. Não há verdadeiramente motivos para confinar as pessoas quando há uma solução e, em particular, quando nos aproximamos do verão. Se conseguirmos vacinar os mais vulneráveis pelo menos as pessoas que são mais resilientes podem recuperar as suas vidas", acrescentou.

A época de verão para as companhias aéreas (o chamado verão IATA) arranca a 28 de março e prolonga-se até 30 de outubro e, por isso, as empresas começam a revelar a sua programação. A Ryanair estima ter um total 121 rotas a partir de aeroportos nacionais, no montante de 595 voos semanais. "As pessoas querem viajar, em especial viagens de curta duração (...) Estamos otimistas, investimos e vamos receber novos aviões. [As viagens] vão regressar; é uma questão de vacinação. Quando os problemas de fornecimento forem corrigidos, e acho que o vão ser em abril e maio, é uma questão de administrar as vacinas e as pessoas vão voltar a viajar", defendeu.

A Ryanair é há muito crítica dos apoios concedidos à TAP. O gestor sustentou que neste caso "Portugal vai ser o perdedor". "É como dar doces aos teus filhos. Depois estão sempre a pedir mais. O que devia ter acontecido em Portugal, e para recuperar da covid-19, era dar um incentivo a todas as companhias aéreas, incluindo TAP, Ryanair e easyJet, que trazem passageiros. E colocar um desconto nas taxas aeroportuárias, o que teria efeitos sobre quem trabalha em hotéis, táxis, no turismo. Eles seriam os beneficiários. Mas, infelizmente, dar dinheiro a companhias aéreas é uma má ideia, é discriminatório e não ajuda a economia. É um desperdício, o dinheiro poderia ser usado para infraestruturas essenciais" como hospitais, defende.

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