Rui Pedrosa: "É fundamental alterar a designação dos institutos para Universidades Politécnicas"
1 - O que espera da maioria absoluta de António Costa?
Espero uma grande oportunidade para o país, tendo em conta a estabilidade governativa, acelerando o processo de recuperação social e económica após este período de elevados constrangimentos associados à crise pandémica.
2 - O país será melhor governado com maioria absoluta do que com acordos ou geringonças?
Existirão mais condições para a governação, mas o tempo é que revelará se estas condições serão aproveitadas. Espero muito sinceramente que sim e tenho uma elevada expectativa para os próximos quatro anos. Esta estabilidade será também fundamental para a execução dos fundos comunitários, quer seja o Portugal 2030 ou o PRR.
3 - O que espera da atual oposição?
Que seja construtiva, atenta e proativa, nomeadamente na apresentação de iniciativas legislativas na Assembleia da República que possam ser transformadoras e que reúnam entendimentos alargados.
4 - O PSD deve preparar-se para ser uma alternativa mesmo que demore mais quatro anos a chegar ao poder?
Sendo um grande partido do nosso ecossistema partidário democrático é fundamental que esteja o mais forte e preparado possível.
5 - Dois ou três deputados a que vai estar particularmente atento? E porquê?
Todos os eleitos pelo distrito de Leiria, pois existem compromissos nacionais, mas também regionais e específicos, nomeadamente quanto ao ensino superior.
6 - Que expectativa tem em relação aos pequenos partidos que viram as suas bancadas reforçadas no parlamento?
Que contribuam com novas propostas legislativas e que consigam ter também a capacidade tentar melhorar as propostas do governo.
7 - Preocupa-o que um partido histórico da democracia, o CDS, esteja agora ausente do parlamento?
O CDS é um partido fundador do sistema democrático no nosso país e, naturalmente, fará falta no parlamento.
8 - O Governo está prestes a tomar posse. Para a educação e ensino superior, qual será a seu ver a medida mais urgente?
É urgente rever o modelo de financiamento do ensino superior, reforçando o orçamento global do próprio sistema. É muito importante aumentar a autonomia das instituições de ensino superior, reforçar os apoios sociais, os incentivos à internacionalização, incluindo na captação de estudantes internacionais. Finalmente, é fundamental alterar a designação dos institutos Politécnicos para Universidades Politécnicas, bem como a possibilidade da outorga do grau de doutor pelos Politécnicos. Estes dois temas estão previstos numa iniciativa legislativa de cidadãos, que já tinha sido discutida na comissão de educação e ciência e transitava para discussão em plenário, que carece de voltar a ser discutida, com carácter de urgência, nesta legislatura. Esta iniciativa legislativa resolve de forma cirúrgica estas duas situações, através de alterações do RJIES e da Lei de Bases do Sistema Educativo, valorizando todo o ensino superior português, nacional e internacionalmente.