Restaurantes esmagados por preços pedem corte de impostos

Com margens de lucro reduzidas pelo aumento dos preços das matérias-primas e da energia, os restaurantes apelam à redução da carga fiscal.
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As contas não são fáceis de fazer: somam-se os custos e subtraem-se as margens de lucro. Há meses que a calculadora é um dos principais utensílios nas cozinhas dos restaurantes portugueses. Os preços dos alimentos aumentaram com o eclodir da guerra na Ucrânia e os estilhaços têm sido projetados até aos pratos. Enchê-los é um desafio para os restaurantes que se veem a braços com uma fatura que continua a escalar.

"O lombo de novilho nos últimos seis meses custava 11,90 euros e hoje custa, em média, 26 euros. Os cereais aumentaram, em geral, 45% e a nossa margem de lucro reduziu-se", desabafa Vítor Sobral. O chef, que gere mais de uma dezena de espaços de restauração, acredita que, caso não sejam cridas medidas de apoio para o setor, alguns estabelecimentos serão obrigados a fechar portas.

A matemática é também prato do dia no grupo Olivier. "A pata de caranguejo, um dos ex-líbris dos restaurantes japoneses Yakuza, em menos de um ano praticamente triplicou de preço. Mas até a matéria-prima mais recorrente nos restaurantes tem sofrido aumentos fortes", refere Joel Pires, diretor de marketing e vendas do grupo.

O restaurateur Olivier soma 20 espaços com diferentes conceitos. A necessidade de recorrer a matérias-primas diversas tem permitido confirmar o aumento de preços em todos os produtos. "O peixe, que é a base do Yakuza e do Clássico Beach Bar, teve aumentos de dois dígitos altos. O salmão, por exemplo, disparou 50%. O óleo alimentar, necessário para as batatas do Guilty e para a stakehouse K.O.B, por exemplo, já subiu mais que isso só este ano", acrescenta o responsável de vendas.

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