Portugal vai receber mais de 21 milhões de turistas em 2017

Portugal recebeu mais de cinco milhões de turistas até abril. Associações falam na "primeira taxa de ocupação ideal do século"

As praias estão cheias, os hotéis esgotados e em certas ruas mal se ouve falar português. De 2017 espera-se que seja um dos melhores anos de sempre para o turismo nacional. E os números já parecem comprová-lo. Os dados do INE revelam que Portugal recebeu até abril mais de 5,3 milhões de turistas, um aumento de 10,9% face ao ano passado. O dobro da taxa de crescimento em Espanha. E os proveitos dos hotéis somaram 714,8 milhões de euros, mais 18,7%.

A manter-se o ritmo, o contador de visitantes deverá ultrapassar os 21 milhões no final de 2017, que compara com 19,1 milhões do ano passado. "O objetivo é crescer 10% em relação a 2016. Neste momento estamos a crescer acima da meta estabelecida na Estratégia Turismo 2027, na qual tínhamos definido um crescimento anual de 8%", afirma ao DN/Dinheiro Vivo a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.

E se em abril o efeito Páscoa deu um empurrão ao setor hoteleiro, com o número de hóspedes a disparar 20% face a março, a maior subida mensal de sempre, os números de maio deverão refletir a visita do Papa Francisco. "Esperamos que o ritmo de crescimento se tenha mantido em maio. Os operadores dizem-nos que a procura tem sido muitíssimo grande."

A sul de Fátima as contas de maio já estão feitas e colocam bem alta a fasquia para o verão que aí vem. "A taxa de ocupação aumentou 6% e é essa a nossa perspetiva para o acumulado do ano. Já no que toca ao volume de negócios, o aumento foi de 12% e também esperamos que esse ritmo se mantenha", revela ao DN Elidérico Viegas, presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos do Algarve.

E não tem dúvidas em classificar 2017 como "o ano da viragem" para o setor, e em especial para a região, que em 2016 recebeu 3,9 milhões de turistas e representa 35% do turismo nacional. "Vamos atingir pela primeira vez desde o virar do século uma taxa de ocupação superior a 65% durante todo o ano, que é a considerada ideal. Só a partir daqui é que os hoteleiros conseguem rentabilizar os investimentos e gerir a política de preços", destaca Elidérico Viegas.

Recuperar o que a crise esmagou é também o principal desejo do presidente da Confederação do Turismo Português. "Gostava que o foco estivesse na subida do preço médio, para conseguirmos acompanhar o aumento de visitas. É preferível ter 50 quartos a 200 euros do que cem quartos a cem euros porque implica menos despesa. Estamos no bom caminho porque o preço sobe quando a ocupação aumenta", explica Francisco Calheiros.

Os bons números do primeiro quarto do ano provam que é possível associar a marca Portugal ao turismo nos doze meses do ano. Governo e associações concordam que essa deve ser a prioridade do setor. Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, destaca que além da segurança, há outra matéria-prima que pode ser mais bem explorada. "O Algarve só do verão não chega para a sustentabilidade da região. A época balnear ser apenas entre junho e setembro não faz sentido nenhum. Acredito que podemos ser uma região piloto e alargar ao ano todo, porque algumas praias têm condições para isso. E seria sem dúvida mais um fator de diferenciação".

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