Portugal Fresh quer exportar 2500 milhões até 2030

País tem capacidade para aumentar produção de fruta, legumes e flores, mas precisa de estratégia de regadio, defende associação.
Publicado a
Atualizado a

A Portugal Fresh - Associação para a Promoção de Fruta, Legumes e Flores de Portugal quer atingir até 2030 um volume de exportações da ordem dos 2500 milhões de euros, objetivo que a concretizar-se significará um incremento de mais de 48% no espaço de uma década. A meta foi divulgada ontem por Gonçalo Santos Andrade, presidente do organismo associativo, no primeiro dia da Fruit Attraction 2021, certame que reúne em Madrid, Espanha, mais de 30 participantes portugueses do setor, a larga maioria empresas que visam incrementar as suas exportações. Em simultâneo, a estratégia passa por um incremento do valor da produção para 4 mil milhões de euros no mesmo período, face aos atuais três mil milhões, disse.

Condição essencial para atingir estes objetivos é a implementação de "uma estratégia forte ao nível das condições de regadio, com a criação de novos perímetros de regra", sublinhou aos jornalistas Gonçalo Santos Andrade. Na sua opinião, o setor "pode dar resposta à procura crescente" que se tem e vai verificar no mercado, alavancada pelo aumento demográfico e pelas alterações nos hábitos de consumo. "Há uma oportunidade grande de poder preencher esta lacuna", mas é necessário água, sublinhou. Nesta matéria, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, que visitou as empresas portuguesas no dia de estreia do certame, lembrou que o Plano de Recuperação e Resiliência contempla investimentos em matéria de irrigação e que, em simultâneo, existe uma agenda para levar os produtos portugueses a muitos países.

O governante apontou o trabalho que tem sido desenvolvido na abertura de novos mercados, recordando que os produtores de pera rocha já podem contar com a Índia como destino de exportação e que até ao fim do ano ou início de 2022 também deverão ficar concluídas as negociações para a criação de um corredor verde para a maçã de Alcobaça, sendo que continuam os esforços para abrir o mercado da Arábia Saudita. Eurico Brilhante Dias sublinhou ainda que o setor de fruta, legumes e flores português mais do que duplicou as suas exportações na última década e que é uma área que terá um contributo relevante para Portugal chegar a 2027 com as exportações a valerem 50% do produto interno bruto.

Depois de um crescimento de 5% nas exportações em 2020, que totalizaram 1683 milhões, neste ano o setor de fruta, legumes e flores deverá atingir um volume de vendas ao exterior da ordem dos 1700 milhões de euros, um aumento residual de 1% face ao primeiro ano da pandemia. Para já, sabe-se que nos primeiros sete meses do ano as vendas ao exterior totalizaram 925 milhões, uma quebra de 3,6% face ao período homólogo, justificada pelo ano agronómico de 2020 que foi mau para frutos como as maçãs e as peras.

A União Europeia é o principal destino de fruta, legumes e flores nacionais, valendo 82% das vendas dos primeiros sete meses deste ano. Espanha foi o principal mercado, com um peso de 29% nas exportações, seguindo-se França (15%), Holanda (14%), Alemanha (9%) e a fechar o top 5 encontra-se o Reino Unido (7%). De salientar que. entre janeiro e julho deste ano, o volume de toneladas exportadas decresceu 10%.

Segundo Gonçalo Santos Andrade, as cerca de vinte empresas presentes na Fruit Attraction estão com "boas perspetivas de crescimento e de produção", sendo que os produtores estão a ganhar terreno e a diferenciar-se pela qualidade, mas também pela origem do produto, apontando os exemplos da pera rocha, da maçã de Alcobaça, da laranja do Algarve e dos frutos vermelhos.

Em Madrid. A jornalista viajou a convite da Portugal Fresh

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt