Novo Banco recua no despedimento coletivo

Instituição avança com rescisões por mútuo acordo. Despedimentos são último recurso
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O Novo Banco quer reduzir o número de efetivos através de um programa de rescisões por mútuo acordo e só avança com despedimento coletivo caso não atinja as metas negociadas com Bruxelas, disse hoje à Lusa fonte próxima do processo.

Na quinta-feira, a administração do banco reuniu-se com a Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT) e com os representantes dos sindicatos do setor, dando seguimento ao processo negocial iniciado no final de fevereiro, tendo revelado que pretende que a redução de 500 trabalhadores que tem que fazer no âmbito do plano de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia seja realizada através de rescisões amigáveis.

Neste plano está previsto o corte do quadro de pessoal em 1000 efetivos em 2016, porém, tal como a equipa de gestão da entidade anunciou a 25 de fevereiro, cerca de metade deste número já foi concretizada através de um programa de reformas antecipadas que foi conduzido ao longo dos últimos meses.

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Assim, faltam sair cerca de 500 colaboradores do banco liderado por Eduardo Stock da Cunha, e é necessário atingir uma redução de 150 milhões de euros nos custos operacionais relativos ao presente exercício.

Isso implica que as saídas de trabalhadores ocorram o mais rapidamente possível, de forma a aliviar o encargo do banco com a massa salarial.

No final de fevereiro, após uma reunião entre a administração do Novo Banco, a CNT e os representantes dos sindicatos (SBSI, SBN, SBC, SNQATB, SIB e SINTAF), a estrutura que representa os trabalhadores tinha dito que o banco ia cortar 1.000 postos de trabalho este ano, recorrerendo para o efeito a um despedimento coletivo de 500 colaboradores.

Horas depois, a administração esclareceu que a reestruturação da entidade implica a saída de até 500 trabalhadores em 2016, e não de 1.000, devido à redução de pessoal já feita nos últimos meses.

No ano passado, o Novo Banco cortou o número de colaboradores em 411 para 7.311 funcionários e reduziu 40 agências para um total de 635, de acordo com os números apresentados pela instituição durante a divulgação das contas de 2015.

O número de trabalhadores no mercado doméstico baixou para 6.571 colaboradores no ano passado, menos 261 do que em 2014, e foram encerradas 35 agências para um total de 596 em Portugal.

Já na atividade internacional o quadro de pessoal foi reduzido em 150 trabalhadores para um total de 740 e o número de balcões baixou para 39, menos cinco do que em 2014.

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