Novo Banco com prejuízos de 572 milhões de euros até setembro
Os prejuízos do grupo Novo Banco agravaram para 572,3 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Até setembro do ano passado, o banco tinha registado um resultado líquido negativo de 390 milhões de euros, o que significa que, há um ano, o grupo registava menos 182 milhões de euros de prejuízos.
A entidade liderada por António Ramalho, em comunicado, explica que o resultado líquido negativo registado entre janeiro e setembro decorre "da combinação de uma perda de -712,4 milhões de euros na atividade legacy e de um ganho de +140,1 milhões de euros na atividade recorrente. Neste período, o Grupo Novo Banco registou perdas relacionadas com o processo de restruturação e desalavancagem de ativos não produtivos, designadamente o projeto Sertorius, o projeto Albatros, o projeto NATA II e o processo de venda da GNB Vida, cujo impacto negativo ascendeu a -391 milhões de euros".
O Novo Banco destaca que, até setembro, o produto bancário comercial cresceu mais de 11% em termos homólogos para 631,2 milhões de euros, "influenciado pelo crescimento na margem financeira (+22,0%), o qual mitigou a redução nos serviços a clientes (-3,0%)".
Já os resultados de operações financeiras "foram negativos em -44,3 milhões de euros, reflexo das perdas decorrentes da atividade legacy (-54,6 milhões de euros). Em oposição a estes resultados, as reservas de justo valor relacionadas com a carteira de títulos de dívida pública apresentaram um aumento de 399,9 milhões de euros".
Por outro lado, o comissionamento devido a prestação de serviços bancários saldou-se por um contributo de 229,5 milhões de euros, um valor ligeiramente abaixo dos 236,6 milhões de euros registados até setembro do ano passado. Olhando apenas para as comissões sobre empréstimos, garantias e similares é notória uma descida ligeira de 83,7 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano para 77,6 milhões de euros até setembro deste ano.
"Neste período as comissões relacionadas com os serviços de pagamentos e gestão de ativos permaneceram estáveis, enquanto as comissões de empréstimos e garantias refletem a competitividade do mercado no segmento das empresas", indica o banco em comunicado.
O grupo Novo Banco decidiu proceder a um reforço de provisões no valor de 640,9 milhões de euros - mais quase 185 milhões de euros em comparação com o período homólogo, "sendo as dotações para crédito de 456,2 milhões de euros (aumento de 223,6 milhões de euros) e as provisões para outros ativos e contingências de 186,9 milhões de euros, as quais incluem 35,1 milhões de euros para restruturação e 165,7 milhões de euros para as vendas de ativos não produtivos".
Tendo em conta apenas a atividade recorrente do banco, os primeiros nove meses são marcados por uma melhoria dos lucros. Assim, a atividade recorrente do Novo Banco registou lucros de 140,1 milhões de euros, uma subida face aos 38,8 milhões de euros registados no período homólogo. A contribuir para este resultado esteve o desempenho positivo da margem financeira, que subiu 80,3 milhões de euros para 361,3 milhões, e "a melhoria muito significativa das reservas de justo valor que compensou o menor nível de resultados de operações financeiras".