Ministro das Finanças vê crescimento de 2022 acima dos objetivos e dá prioridade ao corte na dívida
Portugal espera um crescimento económico de pelo menos 6,7% este ano, superando a previsão de 6,5% devido à procura doméstica e o turismo, ajudando o país a reduzir uma das dívidas públicas mais altas da Europa, disse o ministro das Finanças em entrevista à Reuters.
Fernando Medina espera que Portugal evite uma contração no quarto trimestre, o que "pode ser mais positivo do que muitos analistas pensam" graças ao apoio de 2,4 mil milhões de euros em ajudas dadas às famílias desde outubro para combater a inflação.
A economia também deve continuar a beneficiar do turismo que está a recuperar da pandemia, sendo que este turismo é mais distribuído do que no passado, disse o ministro das finanças.
"Mesmo que o crescimento (trimestral) seja zero no quarto trimestre, teremos uma taxa de crescimento de 6,7% em 2022, uma das mais altas da Europa", disse Medina.
No terceiro trimestre o crescimento acelerou para 0,4% devido ao aumento inesperado do consumo privado. Embora um crescimento sólido, aliado a uma taxa de desemprego baixa crie "uma base sólida para entrar em 2023", esta expansão deverá desacelerar para 1,3% em 2023, com o consumo privado quase a estagnar e as exportações a perder força devido à crise que se espera nas principais economias europeias.
"É uma desaceleração significativa... mas é crescimento. Depois de um ano muito forte, vamos continuar a crescer", disse, acrescentando que foi possível superar essas projeções novamente.
A principal prioridade de Fernando Medina agora que o Banco Central Europeu está a aumentar as taxas de juro para combater a inflação, é reduzir a divida pública. Medina pretende cortá-la em dez pontos percentuais. Esta medida deverá reduzir o índice de endividamento de Portugal.