Máximo histórico no Alojamento Local. Novos registos disparam 68%

O número de propriedades a pedir licenciamento para entrar no AL nunca foi tão elevado. Associação do setor diz que pacote Mais Habitação e travão aos registos instigou corrida, mas maioria serão licenças fantasma. ALEP espera intervenção de Marcelo e de Bruxelas para travar medidas e alerta para o crescimento do mercado paralelo.
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Nunca houve tantos pedidos de licenças para Alojamento Local (AL) como na primeira metade deste ano. Entre janeiro e junho foram registadas 11285 novas propriedades, uma subida de 68% face a igual período homólogo, de acordo com as contas feitas pelo Dinheiro Vivo, através dos dados disponíveis no Registo Nacional de Estabelecimentos de Alojamento Local (RNAL). Comparando com o primeiro semestre de 2018, até agora o ano recorde com mais registos de AL, as novas licenças subiram 6%. Ou seja, a corrida aos registos atingiu um máximo histórico até ao passado mês de junho.

Para a Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) a leitura dos números é clara: a sede de licenças foi uma resposta "ao ambiente de incerteza e irracionalidade" provocado pelo pacote Mais Habitação. "Sempre que se anunciam restrições, encerramentos ou suspensões relativamente ao AL é desencadeado este ambiente de "última oportunidade"". Desde 16 de fevereiro [data em que o governo apresentou o pacote de medidas para responder à crise na habitação] que existe esta ideia entre os proprietários, de que o AL pode encerrar a qualquer momento", explica ao Dinheiro Vivo o presidente da ALEP.

Eduardo Miranda assegura que estes foram registos "preventivos" baseados no receio de, futuramente, não ser possível entrar no mercado. "Não há um aumento de dormidas ou de procura turística no país que justifique estes números", aponta.

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