O presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) afirmou esta terça-feira que os empresários não receberam qualquer apoio do pacote de 20 milhões de euros anunciado pelo Governo para responder aos prejuízos provocados pelas cheias.."As cheias ocorreram em dezembro e as empresas não receberam até agora nenhum apoio. Foi no dia 22 de dezembro que a senhora ministra da Coesão [Ana Abrunhosa] anunciou 20 milhões de euros de apoio às empresas. Até agora, zero", afirmou Jorge Pisco..O presidente da CPPME falava à agência Lusa em frente da sede da confederação, no Seixal, pouco depois de se ter reunido com uma delegação do PCP, liderada pelo secretário-geral comunista, Paulo Raimundo..Questionado se o Governo tem sido pouco sensível às dificuldades das micro, pequenas e médias empresas, Jorge Pisco considerou que sim, criticando o facto de as candidaturas para se receberem os apoios relativos às cheias estarem abertas até dia 2 de maio.."Quando é que as empresas virão a receber esses apoios, que até agora não há apoio absolutamente nenhum?", questionou..Jorge Pisco salientou que, a 20 de dezembro, a CPPME tinha pedido uma audiência com caráter de urgência com o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, que acabou por ocorrer em 13 de março.."O senhor secretário de Estado disse que esse assunto não era com ele, era com a senhora ministra da Coesão. Nós temos uma reunião pedida com a senhora ministra e a reunião já foi adiada por cinco vezes, está adiada para dia 11 de maio", referiu..O presidente do CPPME ironizou que, nessa data, a ministra deverá ter "alguma informação" sobre os apoios, tendo em conta que as candidaturas para a sua obtenção terminam a 2 de maio..Em dezembro, o Conselho de Ministros aprovou um pacote de apoios de cerca de 185 milhões de euros para responder aos prejuízos, calculados em cerca de 293 milhões, decorrentes das cheias..Dentro desse pacote, o Governo estava previsto um pacote de medidas de apoio às empresas de 20 milhões de euros, 70% não reembolsável..Vários distritos do continente foram afetados por chuvas fortes entre o final de 2022 e o início deste ano, com grandes inundações, estragos em estradas, comércio e habitações, e dezenas de desalojados..Em Algés, no concelho de Oeiras (distrito de Lisboa), foi registada uma morte.