Luís Araújo: "Quanto mais depressa tivermos novo aeroporto, melhor será o resultado"
Presidente do Turismo de Portugal diz que "o setor precisa de mais mão-de-obra e de imigração", mas também de carreiras atrativas. Na semana em que decorre a Bolsa de Turismo de Lisboa, conta que a Estratégia para o Interior vai ser lançada até abril.
Após a pandemia e um ano de guerra, qual o estado de saúde do setor do turismo?
2022 foi um ano muito positivo para todas as regiões do país. Crescemos, e já são dados finais de 2022, 15,4% em receitas comparativamente com 2019, estamos praticamente no nível de 2019 relativamente a dormidas e hóspedes, apenas 0,5% abaixo. Estamos a crescer em todo o território, ao longo de todo o ano e em mercados que não eram tradicionais para Portugal. Por exemplo, os Estados Unidos com um crescimento de mais de 50% comparando com 2019. A estratégia de diversificação de mercados e de crescimento ao longo de todo o ano, captando turistas que gastem mais - daí o aumento das receitas -, está a surtir efeito. Aliás, temos já fechados os dados de 2022 e a dependência que tínhamos dos quatro principais mercados europeus, que era nos últimos anos superior a 60%, este ano baixou para 51%. E estes mercados continuaram a crescer, isto é, continuamos a crescer dentro da Europa e estamos a crescer fora da Europa. Foi um ano positivo, que nos deixa muita esperança relativamente a 2023, aliás, saíram esta semana os dados de dormidas e hóspedes relativos a janeiro e estamos a crescer comparativamente com janeiro de 2020, pré-pandemia ainda, entre 3% a 7% consoante sejam dormidas e hóspedes.
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Esta semana mencionou um objetivo ambicioso de alcançar 27 mil milhões de receitas para o turismo em 2027, em vez dos 22 mil milhões registados no ano passado. Este número já contempla os efeitos da guerra e inflação?
Este número foi definido em 2017 quando lançámos a estratégia para 2027, isto é, lançámos uma estratégia para dez anos em que colocámos objetivos baseados nos três pilares da sustentabilidade e obviamente o pilar económico tinha um objetivo ambicioso, e ainda tem, de chegar aos 27 mil milhões de euros. Aquilo que estamos a ver é que estamos a recuperar mais rapidamente e as previsões, tanto da European Travel Comission como do Banco de Portugal, são positivas para 2023. Acreditamos hoje, e já acreditávamos na altura, que há ainda margem para crescer em valores e é essa a nossa grande aposta, tanto do Turismo de Portugal como das regiões e dos próprios privados, que é conseguir trazer turistas que gastem mais, que tenham uma capacidade de admirar aquilo que é a autenticidade de Portugal, a qualidade, a diversidade e a experiência que recebem. Estamos confiantes que em 2027 vamos ultrapassar os 27 mil milhões de euros.
Não vai ser preciso um plano B nessa equação de previsão até 2027?
Os indicadores que temos, mundiais como referi, são muito positivos para o ano de 2023, mas existe claramente muita incerteza. Obviamente, aquilo em que temos confiança é na capacidade do destino, naquilo que foi feito ao longo destes anos de aposta na promoção, na qualidade do produto, no investimento e na diversidade de oferta turística. Porque quando falamos de oferta turística, vamos do alojamento à restauração, passando pela experiência que o turista tem em Portugal. Acreditamos que estamos muito bem posicionados, até do ponto de vista de competitividade com outros destinos, para podermos alcançar esses objetivos.
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O mercado norte-americano tem crescido e muito, como referiu. Pode compensar alguma desaceleração do mercado europeu devido à conjuntura?
Claramente, a estratégia de diversificação é para termos diferentes mercados que nos permitam alimentar em caso de crise. O que estamos a ver é que há crescimento em todos os mercados, incluindo os europeus, principalmente para determinados produtos.
E o efeito do Brexit?
Continuamos a crescer também no Reino Unido. Mas, claramente, o mercado americano tem uma componente interessante para Portugal enquanto destino, porque é um cliente que viaja por todo o território e que procura produtos em que estamos a apostar muito, tais como o ecoturismo ou o turismo religioso, e é um cliente que viaja todo o ano. Obviamente, e é preciso dizer, isto também é muito alavancado na capacidade aérea, porque temos conseguido reforçar as ligações nas companhias aéreas e para todos os aeroportos nacionais. Atualmente, o único aeroporto nacional que ainda não tem voo - e digo ainda porque já estamos a trabalhar nisso -, é o Algarve. Dos Açores à Madeira, de Lisboa ao Porto, todos têm voos diretos para os Estados Unidos.

© Paulo Alexandrino/Global Imagens
"A TAP tem um peso importantíssimo na atividade turística e é um parceiro com o qual trabalhamos muito. Aliás, lançámos agora em conjunto o programa de Stopover. O sucesso da TAP é também o sucesso do turismo em Portugal."
Está preocupado com o que se está a passar com a TAP?
Trabalhamos com todas as companhias aéreas e para qualquer destino, temos trabalho muito na ótica de reforçar ou voltar aquilo que era a atividade das companhias aéreas para Portugal no pré-pandemia e, também, despertar a atenção dessas mesmas companhias que já voam para Portugal, para os aeroportos nacionais onde não tenham atividade. Isso é o que temos feito, até com a criação de novas bases aéreas nalguns destinos, mas também temos trabalhado para despertar a atenção de companhias que ainda não voam para Portugal. A TAP tem um peso importantíssimo na atividade turística nacional e é um parceiro com quem trabalhamos muito. Aliás, lançámos agora em conjunto o programa de Stopover e, obviamente, tentamos alinhar ao máximo os interesses. Percebemos que cada companhia aérea tem a sua estratégia de desenvolvimento de rotas, os interesses podem ser diferentes, porque o nosso interesse aqui é trazer turistas para Portugal, portanto, interessam-nos os mercados que têm maior capacidade para trazer turistas, mas trabalhamos com todas as companhias. Mas, claramente, o sucesso da TAP é também o sucesso do turismo em Portugal.
Numa eventual privatização, o que seria importante assegurar na TAP do ponto de vista do turismo?
O que é importante mostrarmos, e acho que qualquer companhia ou entidade que tenha interesse na TAP percebe isso, é que o destino Portugal acrescenta valor a qualquer empresa que invista no nosso país, que se mude para cá e que queira fazer negócio em Portugal. Qualquer empresa que olhe para a TAP atualmente, claramente vai ter isso em conta.
"Quanto mais depressa tivermos o aeroporto, mais podemos ter segurança e estabilidade no crescimento do país. É preciso perceber que o aeroporto de Lisboa não é só para Lisboa, mas sim para o país como um todo."
Além da TAP, temos a questão do aeroporto. O facto de o aeroporto de Lisboa estar praticamente esgotado pode condicionar as ambições dos operadores turísticos?
Temos vindo a trabalhar com todos nesse sentido, mas obviamente temos de trabalhar com o que temos em mãos, não podemos estar à espera de um aeroporto para fazer promoção e despertar mercados.
Mas já o devíamos ter?
Quanto mais depressa o tivermos, melhor será o nosso resultado, acho que essa é a nossa prioridade. Obviamente, trazer uma companhia aérea nova para um mercado novo, é uma coisa que não se faz de um dia para o outro, é preciso garantir que existem condições para que esses voos e esse investimento têm retorno. E, no caso de uma companhia aérea, o investimento ter retorno traduz-se em ter pessoas dentro do avião. Essa é a nossa preocupação, trabalhar com estas empresas e também temos trabalhado em conjunto com a ANA Aeroportos e com cada região para que haja essa capacidade e esse interesse por parte das companhias. Obviamente, quanto mais depressa tivermos o aeroporto, mais depressa podemos ter alguma segurança e estabilidade naquilo que é o crescimento do país como um todo. É preciso perceber isto, o aeroporto de Lisboa não é só para Lisboa, mas sim para o país como um todo.
Afirma que a marca Portugal está "num processo de transformação, afirmação e valorização". Isso quer dizer exatamente...
Fazemos estudos a cada cinco anos sobre a marca Portugal, não sobre Portugal enquanto destino turístico, e o que percebemos é que a marca Portugal é reconhecida internacionalmente e estamos numa posição de liderança atualmente. Este é um estudo realizado nos nossos dez principais mercados, dos Estados Unidos ao Reino Unido, passando por Espanha, França, Alemanha, China e Brasil, a marca Portugal é hoje reconhecida como autêntica. É muito alavancada pelas soft skills e muito associada à componente turística, o que é muito positivo para a atividade turística porque nos traz mais pessoas. É uma marca que tem uma série de atributos que são importantes numa ótica de promoção. O que dizemos é que é importante pegar nestes atributos e reconhecimento e transformar isto em algo de maior valor acrescentado. E isto é um esforço que se faz não só do lado público, mas também do lado privado, apostando no produto, no conhecimento dos mercados, em estratégias de internacionalização e de sinergia com outros parceiros nacionais e internacionais, mas também de participar em cadeias de distribuição e de promovermos produtos que sejam dirigidos a um segmento mais alto. Quando promovemos o turismo literário, o enoturismo ou a arquitetura e arte contemporânea, estamos a dirigir uma mensagem para um segmento que gasta mais e que fica mais tempo, que se fideliza ao destino. Esta é claramente uma máxima e, por isso, temos de aproveitar o estado e posição atual da marca Portugal para crescer ainda mais. Mais uma vez, faz-se também com uma aposta grande na descentralização, no conhecimento do interior e vai ser lançada em breve a Estratégia para o Interior e seu desenvolvimento, com sinergias claras com o litoral.
Para quando esse lançamento?
O que está previsto é que seja até abril, portanto, estivemos por todo o território em consulta pública e, aliás, aproveito para dizer que existe um e-mail que está disponível para receber contributos: agendadointerior@turismodeportugal.pt. Porque, como na estratégia de 2027, queremos que esta seja também uma estratégia partilhada por todos. Se conseguirmos fazer e, além disso, crescermos também naquilo que é o nosso posicionamento tecnológico e sustentável, diria que temos todas as condições para alcançarmos os tais 27 mil milhões em 2027.
Isso quer dizer que a mancha que era normalmente Lisboa, Algarve e Madeira está a espalhar-se para outras regiões do país que não tinham essa tradição? Quais são as que mais cresceram?
Essas manchas continuam a crescer, mas vemos grandes crescimentos nos Açores e também no Norte, no Centro e no Alentejo. O mais interessante é percebermos que esse crescimento é também muito alavancado por produtos específicos. Quando há pouco falei do enoturismo, existe procura para o enoturismo em todas as regiões do país, incluindo nos Açores onde o Pico tem sido uma descoberta muito interessante. Existe esse crescimento, aquilo que é importante é trabalharmos no que falta para que esse crescimento seja de ainda maior valor. Trabalharmos a estadia média, a redução da taxa de sazonalidade, a criação de redes colaborativas que é algo de que tanto falamos, porque é muito diferente promover a rota do românico, o turismo industrial ou a Estrada Nacional 2, do que estar a falar de um ponto geográfico certo. E isso, para nós, é aquilo que fazemos, as nossas campanhas chegam a 170 milhões de pessoas por ano, em todo o mundo, e é isso que transmitimos também lá fora.
Esta semana, na conferência Visit Portugal foi debatida a atividade de Portugal para um mercado que está a crescer também, o LGBTI+. Que estratégia vai ter o turismo de Portugal para esta comunidade?
O segmento LGBT tem claramente uma procura internacional forte, há destinos que têm apostado nessa componente, mas mais que isso, há uma associação com aquilo que é a nossa proposta de valor e aquilo que é a oferta turística portuguesa, que pode ser uma associação muito positiva. Quando dizemos que Portugal tem um propósito claro de receber bem e respeitar as diferenças, claramente estamos também a dirigir uma mensagem para este segmento. E sempre o dissemos, não o trabalhamos tanto porque para trabalhar a promoção é preciso trabalhar a oferta. Aquilo que estamos a fazer, e foi o que fizemos também na conferência, é para a oferta falar também da importância deste segmento, como é que ele deve ser trabalhado, assim como outros segmentos, aproveitando um bom gancho que é o facto de termos o EuroPride Portugal em 2025, com mais de um milhão de pessoas.
O plano de habitação de António Costa vai limitar o alojamento local (AL) nas grandes cidades. De algum modo, isso poderá vir a beneficiar a hotelaria?
A componente do alojamento local tem tido uma importância vital neste desenvolvimento turístico que temos em todo o território. Há regiões do território que nem teriam turismo se não tivessem alojamento local, isto é claríssimo. Existe uma questão que é a componente da habitação, que tem de ser considerada, é uma questão que está a ser tratada pelo governo, mas tem de haver equilíbrio entre o crescimento turístico e a necessidade das regiões para a população. Sem isso, não conseguimos ter um turismo melhor, porque para termos um planeta melhor, temos de ter um turismo melhor e isso tem de começar regionalmente. Mas diria que isso não exclui aquilo que é a importância de toda a cadeia de valor do turismo e significa que temos de avaliar e tomar decisões, mas é uma questão que está em cima da mesa do governo.
Na Jornada Mundial da Juventude a capacidade de alojamento pode ficar comprometida?
A Jornada Mundial da Juventude vai ser um grande sucesso e temos enorme interesse em que isto seja um sucesso.
Preocupa-o o alojamento?
A experiência diz-nos que as decisões nunca são tomadas de um dia para o outro, nem são tomadas sem considerar todos os fatores. Relativamente à JMJ, acho que é uma oportunidade para mostrarmos Portugal enquanto destino que sabe organizar eventos, que sabe receber bem as pessoas, que investe na juventude e estamos a investir em mais de um milhão de potenciais turistas. A nossa missão também é mostrarmos o património de turismo religioso e o potencial que Portugal também tem para todos os mercados.
E, por outras palavras, espera que o governo aplique esta medida ao AL só depois da JMJ?
Essa agenda não é do Turismo de Portugal.
No caso dos vistos gold, muitos dos que investem têm reabilitado hotéis ou inaugurado novos. Se acabarem, perde-se esta oportunidade para o turismo?
Temos tido a capacidade de atrair investimento, não só dos vistos gold, mas de marcas internacionais e operadores internacionais e isto é muito importante. É aqui que estamos a trabalhar, diversificando também do ponto de vista de investimento. A questão dos vistos gold está a ser trabalhada pelo governo.
Há duas questões que normalmente andam de mãos dadas: a falta de mão-de-obra e a falta de formação. Do ponto de vista do Turismo de Portugal, há algo mais que possa ser feito?
A questão da mão-de-obra não é exclusiva de Portugal, é de toda a Europa, e que tem a ver com três fatores muito claros. O primeiro, é claramente demográfico, temos uma população que está a envelhecer e precisamos de imigração, mas não é algo exclusivo. É aqui que acho que temos de jogar nos vários campos para ter uma estratégia de longo prazo. Isto está em curso e o próprio secretário de Estado já anunciou que vai haver uma agenda para o trabalho no turismo e acho que aquilo que estamos a fazer é trabalhar em três áreas. A primeira tem a ver com essa componente demográfica e de trazer pessoas de fora, e os protocolos assinados com a Índia e a CPLP permitem-nos trazer pessoas para o setor do turismo. Claro que muitas dessas pessoas têm de ser formadas, mas existem programas dentro do Turismo de Portugal que são dinamizados pelas escolas e que, aliás, foram inspirados pelos programas desenvolvidos para acolher os ucranianos. Vão desde de ensinar a nossa língua e a nossa cultura, essa é uma componente muito importante. A segunda componente tem a ver com recursos humanos, isto é, quando lançámos a estratégia em 2017, 60% das pessoas que trabalhavam no setor tinham o ensino básico. Os dados do INE que saíram recentemente mostram que esse número baixou de 60% para 46%, portanto, há um trabalho de qualificar o setor nas mais variadas iniciativas do Turismo de Portugal, mas também da aposta que é feita pelos empresários e pelos próprios colaboradores. Temos mais de 170 mil pessoas registadas na academia digital. Há uma aposta clara na qualificação e na inversão da pirâmide, é assim que valorizamos o trabalho. Depois, há uma terceira área que tem a ver diretamente com a questão dos salários, tem a ver com a atratividade do setor. Precisamos de ser muito mais atrativos, mas também é certo que os indicadores que temos mostram que, principalmente em 2022, o setor do turismo foi aquele que mais valorizou a mão-de-obra. É visível a evolução em termos de remuneração salarial, mas isto não é suficiente, temos de perceber que há componentes de benefícios, de planos de carreira a longo prazo e de propostas de valor diferentes para pessoas diferentes. Um jovem de 18 anos tem necessidades diferentes de que alguém com 50. Se apostarmos só na área demográfica ou só nas qualificações e valorização salarial, não estamos a ter uma estratégia de longo prazo. Esta estratégia vai ser ainda mais aprofundada quando for lançada pelo gabinete do senhor secretário de Estado, quando for lançada a agenda para o trabalho, que acredito que devemos trabalhar em conjunto, o setor público e privado.
O Plano Reativar o Turismo está em execução, mas no espaço de um ano avançou pouco. Em que ponto está e quanto já foi, de facto, atribuído às empresas?
O plano, para já, é até 2027 e coincide com o fim da estratégia. Até ao presente, o que temos é à volta de 75% das medidas já em andamento, temos à volta de 2,3 mil milhões de euros que já foram disponibilizados, portanto, estamos sensivelmente a quase metade do total daquilo que é o plano. Mas, mais uma vez, é um plano que é feito também em conjunto com o PT2030, há uma colaboração muito grande por parte das CCDR e é um plano feito com verbas do Turismo de Portugal e verbas comunitárias.
Esta semana, o ministro da Economia anunciou uma nova linha de dez milhões para o turismo através da Portugal Ventures. Que relevância pode ter esta nova linha?
A linha tem uma relevância porque vai permitir o reforço daquilo que é a aposta nas empresas, foi uma linha lançada pela Portugal Ventures com o Turismo de Portugal, é de dez milhões para empresas que queiram reforçar a sua aposta no setor. Reforçar significa desenvolver novos produtos ou internacionalizar-se, ou mesmo remodelar alguma infraestrutura, portanto, são propostas de capitalização dessas empresas, mas também de consolidação com outras empresas. A importância é obviamente grande, está aberta até abril. e é grande porque é mais um instrumento que permite às empresas apostarem no setor. Sempre dissemos, e é isso que temos feito, principalmente nos dois anos de pandemia em que foram disponibilizados 2,8 mil milhões de euros, 800 milhões a fundo perdido, sempre dissemos que o nosso papel era ouvir as necessidades das empresas e agir quando essas necessidades surgissem.
Quando falou em consolidação queria referir-se a fusões e aquisições? Prevê-se a consolidação do setor nesse aspeto também?
Por exemplo, mas também podem ser ganhos de escala através de parcerias.
O Presidente da República falou na BTL, na quarta-feira, e disse que a saída da crise económica pode "demorar um pouco mais e que a evolução internacional está lenta". Concorda? Preocupa?
Preocupa-nos sempre, mas diria que o maior fator de preocupação é a falta de confiança que isso pode criar nos mercados e nos destinos, afeta todos os destinos.
O que gostaria de já ter feito e não fez, que programas ficaram aquém das expectativas?
Temos metas ambiciosas até 2027, nomeadamente na ótica da transição ambiental, verde e social. Temos metas de termos 90% da oferta turística com medidas de gestão eficiente de água, energia e resíduos, isto é o que está na estratégia 2027. Atualmente, estamos entre os 60% e os 65%, temos de melhorar aqui. Esta é uma componente que temos de trabalhar mais e é responsabilidade de todos, públicos e privados. Na transição ambiental temos de apostar mais e temos de reforçar, não por ser uma questão de tendência do mercado, mas sim porque é uma responsabilidade do país e de todos.