Lítio e hidrogénio, dois recursos essenciais nas metas europeias

Bruxelas conta com os dois elementos para atingir os objetivos do combate às alterações climáticas e até admite que a procura de lítio aumente 12 vezes até 2030
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A aposta de Portugal em recursos como o lítio ou o hidrogénio tem enquadramento comunitário no âmbito, nomeadamente, do combate às alterações climáticas, por um lado, e à redução da dependência das energias fosséis, por outro. Nesse sentido, a União Europeia comprometeu-se com objetivos climáticos, para reduzir em 55% as emissões de carbono, até 2030, de modo a atingir a neutralidade em 2050. A Comissão Europeia considera que tais objetivos dependem do acesso "seguro e sustentável" a matérias-primas críticas, como o lítio e o hidrogénio.

Bruxelas calcula que, até 2030, a procura de lítio aumente doze vezes, em relação aos níveis atuais. Até 2050, a União Europeia terá de garantir a disponibilidade de lítio "21 vezes" superior à actual, tendo em conta a crescente necessidade de lítio para baterias e outras tecnologias essenciais para a transição energética.

Os planos da Comissão Europeia passam por exigir a redução da dependência de importações através da "diversificação das fontes" de lítio para o espaço comunitário "muitas vezes concentradas em um único terceiro país".

A outra aposta de Bruxelas passaria por estabelecer metas para aumentar a extração para assegurar, "pelo menos, 10% do consumo anual na UE" e reforçar o processamento de lítio para assegurar, "pelo menos, 40% do consumo anual da UE".

A estratégia da Comissão Europeia prevê também a promoção da reciclagem de lítio, "com a meta de atingir, pelo menos, 15% do consumo anual da UE". Estas metas deverão ser alcançadas já em 2030.

A par das iniciativas, Bruxelas defende a promoção da "sustentabilidade e circularidade" do lítio no mercado europeu, devendo ser definidas regras sobre a pégada ambiental do lítio.

Hidrogénio
Em 2020, o Conselho da União Europeia reconheceu que o mercado do hidrogénio na UE "precisa de ser significativamente ampliado", para se tornar "competitivo". O roteiro aprovado pelos Estados-membros passa por por garantir a instalação, no espaço europeu, de uma capacidade de ,"pelo menos, 6 Giga Watts de eletrólise de hidrogénio renovável até 2024 e de 40 Giga Watts até 2030".

A Comissão Europeia calcula que até 2050, os investimentos acumulados em hidrogénio renovável na Europa se situem entre os 180 e 470 mil milhões de euros, até 2050.

Combinada com o setor das energias renováveis, "a cadeia de valor de hidrogénio (...) poderia empregar até um milhão de pessoas, direta ou indiretamente". A União Europeia ficaria com capacidade para "satisfazer 24% da procura mundial de energia", através de hidrogénio limpo "com vendas anuais na ordem dos 630 mil milhões de euros".

Correspondente em Bruxelas

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