Vieira Lopes: “Metas do governo são realistas mas é preciso investimento”
Nesta semana foram conhecidos os números do Programa de Estabilidade para os próximos cinco anos. O crescimento foi revisto em baixa (de 2,2% para 1,9%), mas a meta do défice fica nos 0,2% e prevê-se excedentes a partir de 2020. Essas metas convencem-no?
As metas em termos do que tenha que ver com défice são hoje realistas tendo em conta as políticas que têm sido seguidas. O problema é que as taxas de crescimento, em termos sustentáveis, são muito anémicas. Apesar de ter havido alguma flexibilidade ultimamente, o tratado orçamental e suas implicações nos objetivos impostos pela União Europeia nesses rácios acabam por criar uma situação que limita o investimento. E nós tivemos uma quebra brutal, nomeadamente no investimento público. Portugal precisa de atrair capital estrangeiro e de investimento público, que tem o efeito multiplicador. Com este tipo de restrições e objetivos orçamentais não nos parece que seja possível darmos um salto sustentado nos próximos anos. Não se prevê uma recessão, a não ser que haja fenómenos internacionais, mas…