Portugal coloca 1500 ME em dívida com juros em mínimos de sempre
Portugal colocou hoje 1500 milhões de euros, montante máximo anunciado, em Bilhetes do Tesouro (BT) a seis e 12 meses, a juros negativos e a caírem para mínimos de sempre nos dois prazos, foi anunciado.
Segundo a página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na agência Bloomberg, a 12 meses foram colocados 1.000 milhões de euros em BT à taxa de juro média de -0,431%, de novo negativa e inferior à registada em 15 de maio, quando também foram colocados 1.000 milhões de euros à taxa de juro média de -0,370%.
A seis meses foram colocados hoje 500 milhões de euros em BT à taxa média de -0,454%, mais negativa do que a verificada em 15 de maio, quando foram colocados igualmente 500 milhões de euros a -0,396%.
A procura atingiu 1.635 milhões de euros para os BT a 12 meses, 1,64 vezes superior ao montante colocado, e 972 milhões de euros para os BT a seis meses, 1,94 vezes o montante colocado.
As taxas de juro médias de hoje foram mínimos de sempre, já que os anteriores tinham sido verificados em 17 de janeiro de 2018, quando as taxas de juro médias dos BT a seis e a 12 meses caíram até -0,425% e -0,398%, respetivamente.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) tinha anunciado para hoje dois leilões de BT com maturidades em 17 de janeiro de 2020 (seis meses) e em 17 de julho de 2020 (12 meses) num montante indicativo global de entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros.
Portugal "voltou a estabelecer um mínimo histórico em ambos os leilões, numa altura em que temos assistido a descidas globalizadas em toda a dívida soberana europeia", afirmou o diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva.
Filipe Siva refere ainda que "o BCE ainda continua a desempenhar um papel muito importante no mercado de dívida tendo sido o responsável pelos níveis atuais de taxas de juro e para já esta intervenção será para continuar", lembrando que, "no seu último discurso, Mario Draghi reiterou que as taxas iriam manter-se nos níveis atuais pelo menos até ao primeiro trimestre de 2020".